ACONTECEU AQUI...3 TALENTO DE UM COVEIRO
Zé Bilica um de nossos conterrâneos lavrador filho de mãe solteira uma preta descendente de escravos. Mulher integra de boa conduta trabalhadora e amiga de todos. Ainda jovem caiu na lábia de um espertinho aproveitador e no final se viu só; com o filho nos braços para criar. O filho cresceu espelhado na dignidade da mãe, mas herdara do pai o gênio não muito recomendável. Embora a mãe tentasse, não conseguiu fazer dele um primor de pessoa como sempre desejou. Não chegou a ser um mau elemento recusado pela sociedade, mas também não foi lá, uma flor que se cheirasse.
Já casado pai de vários filhos, gostava de tirar onda de dom Roam. A esposa muito humilde passou maus pedaços com sua irresponsabilidade. Trabalhador, mas muito boêmio bebia muito, fugindo com seu dever. Certo dia saindo de carro com o patrão, para uma carvoaria onde ia trabalhar como cisterneiro, a mulher com toda humildade lhe disse: - olha Zé você esqueceu... Te falei que não temos gordura para o almoço! -Óia lá criola num mete a cara não viu! Essa foi sua resposta à pobre mulher.
Algum tempo mais tarde lhe deram o cargo de coveiro no cemitério local. Ele andava meio adoentado e como aqui tem uma lenda que diz quem tomar conta da chave do cemitério tem vida longa! Ele nem titubiou abraçou de corpo e alma a profissão de coveiro, simplesmente motivado por este mito. Mas de nada adiantou logo bateu a cassulêta morreu!
Antes de morrer deu uma de relojoeiro. Acostumado há medir as horas orientado pelo sol, após assumir seu posto no cemitério, cismou que teria que comprar um relógio. O dito cujo deu um defeito. Ele mesmo quis consertá-lo. Um colega lhe disse: - deixa disso você mal sabe riscar uma cova vai concertar relógio? Vou sim me empreste sua chave de fenda! Ao devolver a chave, o amigo perguntou: - e o relógio Zé como ficou? – Ficou danado de bão inda sobraram duas rodinhas! – Mas funciona?-Não... Mais que diferença fás? Num funcionava mesmo! E ainda economizei as duas rodas!