JOÃO DO PADE: A CARONA EM BABADÓPOLIS.
Como toda cidade pequena, BABADÓPOLIS não deixa de ter seus personagens característicos, bem como suas histórias que correm no “boca-a-boca”. João do Pade, assim mesmo "Pade", não poderia ver um carro indo para o centro (houve um tempo que chamavam o centro da cidade de "quadro") que logo fazia sinal de carona. Ficou conhecido como caroneiro habitual. Quem já o conhecia logo se preparava para despistá-lo no caso de um novo pedido de carona, embora nem sempre isto resolvesse o problema. Junto da casa onde morava João do Pade havia uma casa desocupada há anos, até que uma pessoa resolveu alugá-la. No primeiro dia que o novo morador saiu de carro, esbarrou com ele, o JOÃO. Sem meias palavras, foi logo se apresentando como o vizinho da direita, mas foi direto e pediu uma carona. O seu novo vizinho, por nome Gerôncio (?!), sem alternativa, mandou entrar no carro e seguiram. No trajeto conversaram e Gerôncio até gostou da conversa do João. No dia seguinte, na mesma hora e local, estava lá o João pedindo carona novamente. Gerôncio fez um riso amarelo, mas não quis dizer um "não". Novamente saíram jogando conversa fora. Percebendo a inconveniência do vizinho, logo engrenou um plano para tirar João do Pade desse compromisso diário indesejado e, se possível, sem malquerença. A esposa e os filhos de Gerôncio também já não agüentavam mais e, juntos, decidiram exagerar como o coitado do caroneiro.
Como de costume, cedinho do dia seguinte, estava ele lá, de prontidão aguardando a carona. Entram no carro, como de costume. De repente o carro embalou: 80 km, 100 km por hora subia pontes, mas João abaixadinho na cadeira só dizia "pio". O motorista prosseguia fazendo manobras arriscadas, e... "piu". Furou um sinal de trânsito, quase bate numa moto, mas o João só fazia "piu". Subiu pela calçada, entrou na contramão, freou bruscamente, mas... "Piu" era tudo que o carona folgado sabia dizer. Pra completar a odisséia, freou o carro quase que caindo de cima de uma ponte, mas João só dizia "piu". Em dado momento, já cansado e sem alcançar seu intento, Gerôncio estacionou o caro e, olhando olho no olho do João do Padre, perguntou: "João, depois de tanto perigo, de tanto sobe e desce, de tanto susto, você só diz "piu", cara? Não entendi o porquê disto. Ao que João respondeu: "eu tive um amigo que por muito menos MORREU sem dar um "piu"...
Se a carona prosseguiu, não sabemos. Mas Babadópolis inteira conhece MAIS esta história de João do Pade.