Cutelo, o Filósofo XXI - Questionamentos
Certa vez, apanhei o meu amigo filósofo muito pensativo e sorumbático, ainda não bastasse, sentado sob um coqueiro seco na posição de “O Pensador” de Rodin. Conhecendo-o como eu o conhecia, preocupada perguntei:
_ Uai Cutelo, o que cê tem? Ta tão calado e pensativo?
_ To aqui, Dona Druxa, duma banda, cismano sozinho. E num ach’o fio desta meada. Quem sabe inté, a senhora me arresponde: carrapato béb’água? Arubu peida? Quando o burrim morre a égua chora?
Assustada com tamanha preocupação e questões tão difíceis, balbuciei:
_ Quem poderá dizer, Cutelo?
No que o filósofo, rebate:
_ Avião bota ovo?
Estupefata emudeci. No que Cutelo volta à carga com questões ainda mais complexa:
_ Dona Druxa, eu caso ou compr’uma égua?
Deixei o filósofo sozinho com suas perguntas impossíveis de se responder.