AS CUMADI NA FEIRA
- Bom dia, cumadi, êta feira boa essa aqui de Unaí, não é mesmo?
- Muitcho...
- Ué cumadi, ocê compranu pepino, ocê sempre dixe que pepino faz mar pru seu figo.
- Tô compranu não cumadi, to só parpando prá mor de matá a sodade do falecido Zezão (que Deus o tenha).
- A coisa dele era assim mermu!?
- Que sodade... o trem era ingual esse bitelão aqui..grosso..cumprido...duro e retão.
- É... eu sei...
- Sabe como cumadi?
- Ocê, num vai brigá agora, já que o Zezão ( que Deus o tenha) morreu ...vai?
- Qué dizê que ocê tomém...?
- Bem...qué dizê...era só quano eu ia colhê mío mór de fazê pamonha.
- Uai sô...cum a tar irrigação dá mío o ano intirinho.
- Pois é...
- Antônce cê sabe que ele tinha um pobreminha, que o ginecologista de ómi dixe que se chamava priaprismo...nunca se esqueci desse nome...era iguar aquele artista bonitão o tar do Maico Doglas.
- Craro que sei, eu até tentava judá ele a curá o pobrema, linhás muitas muié aqui da cidade judava tomém... cê viu no enterro do falecido ( que Deus o tenha) quantas muié chorâno?
- Que caboclo mais safadista meu Zezão (que Deus o tenha).
- Que Deus o tenha!
- Cê sabe que nois teve que enterrá o Zezão ( que Deus o tenha) de lado pra mor de podê fecha a tampa do caxão?
- Cruzes...que dizê que mesmo morto...
- Mas me fala do seu falecido Chiquinho (que Deus o tenha tomém), como era o trem dele?
- Bem...o trem dele era meio tortinho, parecia mais uma banana...
- Intendi... quár delas?... São Tomé?...Banana d’água?...ou aquelas bitelonas roxa de fritá?
- Nenhuma dessas... era iguar a ourinho mermo.