UM GAGO E UM PARAIBANO

De acordo com a necessidade de sobrevivência, em cada região, a população lança mão dos recursos naturais disponíveis lá existentes para se sustentar. Vai surgindo uma diversidade de profissões, merecendo nosso respeito a todas elas. Os nordestinos, por exemplo, ocupam do artesanato, e felizmente com a melhoria do meio de transporte, se espalharam Brasil afora vendendo seus produtos. Vendedor de redes então, é muito, e atuante. Há poucos dias um pedreiro muito meu amigo, contou-me da passagem de um paraibano no bairro onde reside. Saia ele para o trabalho após o almoço, sua esposa comentou. – Engraçado custei fazer com que Felipe dormisse e tem um paraibano gritando de casa em casa nessa rua, vai acabar o acordando quando chegar à nossa porta! Muito gago o marido respondeu: - vo vo lá po, po, ode deixa fa, fa, lo q, que não tê, tem ninguem, ém em casa.

Saindo para a rua ele abordou o vendedor: cê, cê ta, ta, vê vendo, aque, que, quela casa ama marela? – ô xeente tô sim o que qui há? – Ne, ne, nela num num tê tem ni, ni guem p precisa pa passá lá na não!

-Olhe moço tu ta me enrolano bixim? Ti conta um negocio! Um dia um cabra me falô mema coisa! Dizendo-me pra num passa na casa dele que num tinha ninguem! Como num tinha vendido nada, pensei vô chama na danada da casa! Chamei a dona atendeu! Qué compra rede dona?-Quero sim! Dê-me logo duas! –Dona como é vosso marido? Ela me explicou! Eu disse é o safado memo!-Que foi que tu disseste? –Vosso marido falô que precisava passar aqui não! Havia ninguem em casa não! – Áh é assim? Me mais três então!

Foi a melhor venda que já fiz em toda aminha vida bixim! Tu convem me compra pelo menos uma! Sinão vô chamar em vossa casa e vender um monte pra tua mulher! Essa hora nem gagueira tiveram, o pedreiro rasgou a chita!

-Vou te comprar coisa nenhuma e tu não va lá! Porque, o que não quero é tu gritando na minha porta e pertubando o sono de meu fillho! Entendido! - Perfeitamente seu moço! Não precisa ficar nervoso! Não está aqui quem falô! Fuiiii!