MANIAS DO JÔ FORMIGON
O agricultor Jô Formigon continua sendo aquele sujeito muito sovina, além de ser um eterno perturbador da paz e da alegria domiciliar da sua esposa e filhos.
Lá na comunidade rural denominada Cafundós de Judas onde mora é por todos conhecido como uma pessoa metódica aos extremos. Até as pessoas mais tolerantes costumam dizer que ele é um verdadeiro chato de galochas.
A chatice dele é tão grande que ele tem bradado aos quatro ventos que o que mais lhe deixa irritado e que muitas vezes lhe dá comichão por todo o corpo, é ter de fazer algo ou vir alguém realizar alguma tarefa pela metade.
Noutros momentos ele não se cansa de contar para as pessoas de seu convívio que não gosta de chupar manga enquanto cavalga, pois um pouco do suco dessa fruta tenderá a lhe escorrer pelos dedos. E nem de chupar cana enquanto assobia, pois parte do caldo poderá escorrer pelos cantos de sua boca, vindo a se perder um pouco.
Ele também diz que segurar uma manga madura com apenas uma das mãos não é tão eficaz como fazê-lo com as duas. Afirma, ainda, que essa sua atitude, com certeza, impedirá que a fruta escape de seu controle e não seja possível chupá-la na sua totalidade.
Grosso modo, ele é mesmo um sujeito muito metódico e sempre prefere fazer as coisas de modo completo a deixá-las pela metade. Descascar e/ou socar alhos, por exemplo, bem como picar cebolas sem ter a necessidade de usá-los em seguida, nem pensar.
Ele já deixou bem claro, reiteradas vezes, que prefere executar essas tarefas à sua maneira, ou seja, arrancando as cebolas inteiras dos molhos a fazê-lo como poderia ocorrer com os dentes de alhos que sempre ficam agrupados nas cabeças.
Jô Formigon, apesar de sua sovinice e ranzinzice inatas, por vezes, ele tem demonstrado ser uma pessoa muito excêntrica no tocante ao jeito de vestir-se.
É comum vê-lo afirmar com todas as letras que em eventos especiais prefere vestir um terno azul escuro ou preto a qualquer outro de cor clara; nessas ocasiões ele exige que o tecido desse terno seja de boa qualidade, do contrário, ele diz que é preferível andar com tudo de fora...
Vá ser metódico assim lá em Cafundós de Judas!