O AUTOMÁTICO...E A BIG ANTA!
Na confusão habitual daquele departamento parecia difícil alguém ser eficiente.
Mas ele era.
Chamava a todos pelo nome...e sobrenome, inclusive aos clientes que o aguardavam.
Certa vez, arguido do porquê de tanta exatidão, explicou que "nome é nome", e ali, como existiam muitos "Joões, Josés, Antônios e Marias", o sobrenome era de suma importância para se evitar os enganos perigosos.
Perfeito, ele tinha toda a razão.
Mas a funcionária dos recursos humanos, aquela mocinha que anotava o nome de todos que o esperavam, certa vez atribulada demais,resolveu por iniciativa própria que abreviaria alguns nomes mais comuns.
Dias atribulados e tempo muito curto, justificava a si mesma! Temos que abreviar...
Ele fazia questão de ler em voz alta o nome e o SOBRENOME do próximo a ser atendido, sempre precedidos do pronome "senhor".
Afinal, respeito e educação soam bem em qualquer lugar.
Porém aquele dia a coisa desandou.
E começou a chamada oral: João da Silva, Maria José das Flores,
Antª Maria dos Perdões.
A abreviação de ANTÔNIA em letras garrafais e manuais, não permitiu que ele e a sua presbiopia fizessem a tal diferenciação, pois faltava o costumeiro tracinho sob o "a", e no automático, ele ainda insistiu mais uma vez.
"Senhora Anta Maria dos Perdões".
Ninguém respondeu. Silêncio absoluto!
Imediatamente alguém, aquela mesma mocinha apressada, entrou na sala e lhe alertou toda assustada :
-Não seria senhora... Antônia? Acho que o senhor não entendeu a minha abreviação.
Ele olhou para a ficha e DESCONCERTADO se irritou...muito...com aquela "fast" funcionária! Deu-lhe uma Big bronca!
Não podia fazer mais nada.
"QUE ANTA!, deduziu ele!"
-Senhora Antônia Maria dos Perdões...chamou-a novamente, com todo cuidado.
E ela ao adentar a sala, toda desconfiada, perguntou:
-Sou eu mesma...doutor?
VERÍDICO. Nomes fictícos.Só a Antônia que não!