AH! DOMINGO
É, domingão, a filha na casa do namorado, a patroa braba por causa que eu saí às oito prá buscar cigarro e só voltei agora as 14:04, mamadinho, por causa daquele meu amigo afro Seilakém, que me toma o tempo, repetindo piadas tão velhas e batidas que nem eu mesmo dô risada, o normal; e rindo das histórias de conversa entre casais,aqui do Recanto. Aliás, me lembro de várias, lá vai uma:
O cara chega e mete o pé na porta, de cara feia, senta no sofá, e grita: Mulher, traz uma latinha, gelada, antes que comece! A pobre alma, sem entender nada, atende. Uns minutos depois, o idiota repete: Anda logo, traz mais uma, antes que comece!, Compreensiva e aturdida, ela atende. Na terceira vez que êle repete o pedido. Se sentindo usada ela reclama:-
"Pô, cara, seja mais educado, cê pensa que trabalho é só o seu, e eu, fechada aqui nesta casa, com criança, cachorro, limpez.................
E ele, interrompendo:-
PORRA, já começou!................................................
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O casal vai ao médico, neguinho com dor nos peito, coração batendo mais fora de ritmo que cachaceiro em caixa de fósforo, pêso nas pernas, comichão no suvaco esquerdo, mancha roxa no tornozelo. O médico chama então a mulher e diz:- De hoje em diante, se quiser conservar isso aí, vai ter que recebê-lo com um sorriso quando chegar, sentá-lo no sofá com a TV em esportes, colocar o cachimbo, os chinelos, o cinzeiro e uma almofada prá recostar, deixá-lo bem acomodado, e êle vai viver ainda muito tempo. Saindo da consulta, o marido pergunta:- E aí querida, o que o médico falou?. E ela:- DISSE QUE VOCÊ VAI MORRER RAPIDINHO!...........................
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Tem também a do Severino, meu herói do texto anterior(construção civíl-uma saga.....)
Certo domingo, Severino, agora vigia de uma obra, sózinho no prédio, no último andar, percebe que alguém o chama lá embaixo. Considere um prédio de 20 andares, elevador de carga desligado no fim de semana, e pelos acenos desesperados, Severino desce, pela escada, prá ver o que é. Chegando na portaria, dá de cara com um pedinte, miserável, um desses esquecidos pela sorte, que lhe pede uns trocados. Homem duro, calejado, mas de bom coração, pede ao mendigo que o acompanhe até o último andar. Meia hora de sofrimento e dôr, de falta de ar e de calor, uma escada do cão. Ambos chegam ao patamar mais alto do edifício, e Severino, com aquela beatitude peculiar aos irmãos de pobreza, diz ao pobrezinho:
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Não tenho nada, nenhum trocado, vaza daqui ô meu!