PREFÁCIO AO PRIMEIRO LIVRO DE POEMAS DE CARLOS CONRADO, PUBLICADO NO RECANTO DAS LETRAS

Prefácio

Todas as frases murcham perante versos. Por que Poesia Condenada? Os versos de Carlo Conrado são luminosos e ondeantes como o seu próprio nome. Seus versos silenciam fixando olhos na América. Seus versos pranteiam a ausência da mãe, rasgam o peito estufado de saudades.

Caminham nas folhas os versos curtos e os versos longos de Conrado, ora

anestesiados, ora tediosos, abrindo espaço em mundos voláteis, surrealistas.

A forma da poesia de Conrado é luva para o motivo e bocas tocando a borda de um cálice de cristal. É só beber o absinto-néctar dos sentidos em sua totalidade, e abrir as portas para a luz reveladora do que se espera ou não se espera ver.

Conrado alça vôos, muitos, sobre a dor, sobre o amor, sobre a liberdade, e se abraça com Deus e com a dama de negro que o espera.

O poeta se martiriza, se questiona, ensaia uma linguagem fática, quer saber o que o leitor pensa de seus escritos.

Só poetas entendem poetas. Só poetas andam juntos pelas mesmas rotas. Só poetas aplainam o terreno para a poesia, abrem janelas para a luz e portas para as musas. Está próximo o dia em que toda casa se iluminará.

Aracaju, no mês mais lindo (setembro) de 2006.