UM ADEUS À FRANÇOISE HARDY
Um leitor meu, no Recanto das Letras, deu a notícia da Partida da bela e talentosa cantora francesa Françoise Hardy (1944-2024). Em minha casa, por 24 anos, se ouvir "chansons françaises" era a besteira mais besta do mundo: Edit Piaf, Mireille Mathieu, Charles Aznavour, Georges Moustaki, Danel Pascal, entre outros, além de Françoise Hardy, naturalmente. Era os preferidos de "Dona Graça", cuja base educacional era anos-luz diferente da minha - ouvinte de Luiz Gonzaga, Elino Julião, Osvaldo Oliveira (o Vavá da Matinha), Jackson do Pandeiro, Marinês, Trio Mossoró, Trio Nordestino, os Três do Nordeste, Zé Calixto, e toda sorte de músicas do chamado "Brega Rasgado": Fernando Lelis, Bartô Galeno, Roberto Muller, José Ribeiro, Reginaldo Rossi, entre outros. É claro que a "galega" odiava. Ela tinha a matéria nordestina mas seu espírito era europeu, coisa horrorosa! Na verdade minha mulher detestava TUDO o que me agrada: filatelia, cinema, amigos de bate-papo. O detalhe é que sou canceriano, logo, intenso. E ela queria meu gosto só para ela, esta é a minha conclusão. A propósito do cinema, vi Françoise Hardy no filme "Grand Prix" (1966), do diretor John Frankenheimer, contracenando com James Garner, Eva Marie Saint, Yves Montand, Toshiro Mifune, Brian Bedford, e Jessica Walter. Agora ela se foi e leva um pouquinho de minha história. Que a terra lhe seja leve.
[Chico Potengy] 🌵🎶🇫🇷