*ÔXENTE!*
Acordei arretada, já que tive um sonho em que passava por um grande aperreio. Vixe Maria! Pensei que ia ficar doida no “mei” daquele alvoroço todo, pois era uma ruma de gente correndo atrás de mim, e eu agoniada não sabia o que havia feito, até “proquê” num engabelei ninguém, nunca fiz fuxico e nem nunca levantei falso a nenhuma pessoa. Oxente!
Já de pé, mas ainda assustada, “arrudiei” a cama procurando as “apragatas”, uma vez que a leseira ficou pior com o passar das horas. Fui então para a cozinha fazer o meu café – ainda tentando entender o motivo daquele sonho. Sem me avexar, mas no supetão me lembrei: ah, menina, hoje é dia do nordestino, se alembre, viu? E sabe “pusquê”? É que você veio lá das “brenhas”, com uma mão na frente e outra atrás e, se “num” tivesse estudado, inda “tava” lá no sítio até hoje, limpando a terra “pra” esperar a chuva cair para plantar milho e feijão no roçado.
Até que seria possível mesmo! No final, achei graça da situação. Eu, ali sozinha, lembrando de como é bom saber que sou forte, guerreira, destemida, arretada e, melhor ainda: queimei pestanas por muito tempo, por isso é que aqui cheguei.
Viva o Nordeste, sô!

*Iêda Chaves Freitas*
08/10/21
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 08/10/2021
Código do texto: T7359456
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