HOMENAGEM AO STÉLIO LUCAS MELO

Meu amigo e irmão urucaraense, como ele mesmo dizia. Stelio Lucas Melo, filho de Dona Stela e seu Antenor, ele que foi prefeito em Urucará e ela a primeira dama que nos representava muito bem.

Sentimos muito a sua partida, assim de repente, sem podermos nos despedir. Foi um grande amigo de infância lá em Urucará e continuava sendo aqui em Manaus. Nunca deixamos de nos falar, lembro quando conversávamos por ligações ou trocando mensagens pelo whatsapp, sempre vinham papos de boas lembranças sobre a nossa rica e divertida infância. Ríamos muito juntos.

Lembro que, na pracinha ao lado da igreja, bem na esquina do Ponto Chic, era o comércio da família do Stélio. Havia ali um alto-falante onde ouvíamos o disco com as histórias do Lobo mau, Matim Pererê, as piadas do Barnabé e as músicas do palhaço Carequinha, a gente se reunia para ouvir. Os jovens ofereciam recados e músicas para as suas namoradas ou paqueras. Era o nosso momento de flertar.

Lembro também dos irmãos do Stelio, o Heraldo, a Bom Socorro, a Alice o Gaudêncio, a Lucirene. O pai dele tinha dois barcos: O Bom Socorro e o Sayonara, que fazia viagens nesses rios amazônicos. Na época, não havia barco de linha, o que havia era navios que passavam de mês em mês com destino à Manaus e de volta. Lembro bem de uma época boa, em que os estudantes que vinham para Manaus estudar, depois iam passar as férias em Urucará, fretavam o Sayonara para deixá-los em Manaus. O Sayonara saía lotado de estudantes, os filhos de Urucará. Era uma festa em Urucará com a presença desses filhos ilustres, faziam "Domingo de Sol" e a "Tarde Dançante", com o objetivo não só de dançar, mas também de paquerar e conversar.

Nós fazíamos parte da seleta classe de alunos do 3° ano do primário, quem lecionava era a nossa querida  Professora Diomélia. Tinha o Pato, Nado, Mário Falabella, Oscar, Zé Carlos, Sidney, Chiquinho, Bangu, Bicó, Zé Cantel, Toró, Zé do Sabino, Antonio Lauro, entre outros. Que turma! Vivemos bons tempos juntos!

Eu, não tinha ideia como era a nossa turma, eis que um dia, conversei com a Professora Diomélia, e por incrível que pareça, ela me disse que foi a melhor turma que ela já deu aula! Que alívio.

Nas nossas brincadeiras, havia o campo atrás da Igreja, onde jogávamos a nossa pelada, brincávamos de peteca, baladeira, perna de pau, carregávamos água do rio, enchíamos os potes, tinha pescaria, apanhávamos frutas no quintal, (todas as casas tinham quintais e fruteiras), tomávamos banho na chuva, pulávamos na água. Era uma diversão total! Todos participavam, era uma amizade de irmãos, sempre estávamos juntos. Tivemos uma infância maravilhosa!

Stelio sempre estará presente nas minhas memórias e no meu coração. Descanse em paz!

Meu grande amigo, meu irmão!

Salve os escritores (as) e poetas (as)

Viva a Poesia regional

Que de melhor não se tem igual.

Manaus, 15/03/2021

Escritor e poeta de Urucará

A princesinha do Baixo Amazonas

Membro da Abeppa e Alcama.