QUEM É LOURO?
Louro é Laurentino Neves
OU simplesmente
Louro de Maninho.
Irmão de Catarina, Vera e Zé
genuínos e autenticados
filhos de Manim e Rita.
Louro é o pierrou da alegria
Louro é um lírio cheiroso do vale
Fruto nativo do cerrado
Filho nato de Correntina...
Louro é autêntico
tão sincrero que por as vezes doi!
Entre os tantos Louros Ele é unico:
Louro de Lino, Louro de Assis
Louro da Caçamba, Louro de Ursina
Louro de Benigno, Louro cabeludo
Louro de Lourdes, Louro de Dona Sinhá
Nenhum é tão Louro,
Qual Louro de Manim!
Notável e singular
Figura impoluta que luta
pela tradição de seu povo!
Louro é um, ponto de exclamação !!!!
O outro é Laurentino!
Louro é a cara da cidade!
cheio de arrelia e "laboros".
Imenso em bondade,
simplório e puro
qual as águas do rio.
Em sua face há tantas feições...
Alegria... tristeza rara
muita distinção e honra.
Louro e´um "Filho da égua"
de tão retado de bom!
Eita Correntina que gosta tanto
desse falante menino, prosador!..
Alguem já o viu em tempo ruim?
chorando lamúrias ou dores
de mãos nos quartos ou na espinhela
debruçado na janela
vendo a vida passar?
a vida segue os passos de Louro que segue os oassos da vida
que lida lida, labora!!!
A rua é seu palco
A vida sua arte!
Alguém já louro viu azuado,
de cara amarrada
feito burralho de cinzas?..
No vai e vem da cidade,
na rotina de todo dia...
Louro é 10 é 100 Louro é "zeeem!"
Não passa um dia sequer,
sem assistir as pisicodélicas criaturas
alguns insistem chama-lo de louco!
todo mundo tem um pouco!
Amável e adorado,
Louro é letrado pela Universidade da vida
"discute arquitetura com Júlio Doido
Química com Tõe Besta
Nutrição com Cebola
Coreógrafia com Nezo
Assistencia Social
com Raimunda Raposa
Psiquiatria com Zaú
Pediatria com Maricota
Direito com Gregório doido
Otarória com Joana do Padre
Ecologia com Cornelio..."
Louro é mais uma dessas criaturas
"Estrobofobica e impoluta
e' semente transgenica, resistente
no dia a dia de Correntina!
Louro sempre tem tempo
pra uma prosa... um sorriso...
um piada de bom gosto...
Ossos do seu ofício,
Na vida feliz que aqui se vive!
Louro é embaixador de Correntina
Na festa de momo ele é o Rei
Na festa do Divino, Ele é o santo
Na festa do Rosário é o terço
Na cavalhada, imperador imortal!
Incomparável e doce criatura
e' tijolo de leite com requeijão
é luz de candeia,
lampião a querosene.
Amigo de Ze de Aurora
de Aldegundes e Dona Milú
Ele é um carrapato
na banca de Dona Mariquinha
- Louro é um maroto feliz!
Há mais de sete décadas reluz,
todas manhãs como um sol de esperança.
É relógio preciso que gira,
na rotina de cada dia
É tempo que passa na mesma toada...
É tic e tac é tum! tum!
emoção, tempo e coração.
Se veste ao rigor do dia
Paletó só na festa dos paruaras
gravata, só se for borboleta!.
Ama o estilo marmota
e passa horas infindas
no Bar do Nego Tóta
onde tudo acontece sem acontecer
é o preto no preto
o branco no branco
e tudo é tão igual!
La, no bar do Tota tem patota
tem água ardente,
tem cerveja gelada
Tem o surdo de Neto de Cordeiro,
cadenciando as horas...
Jogando conversa fora
na porta da academia do nego Tota!
louro é porta estandarte
louro é arte!
E que o espetáculo continua
na voz de Henrique de Jacira
no violao de Laércio e Vavá
Na alegria hilariante de katiguria
Nas piadas de Cano !
No bar de Tóta tem vida, viva
e lembranças morridas
Napu Moca e Verissimo
Valmir de Olégario, Pedrão...
No barco Tota tem sorriso
e putaria...
Lá não rola cachê
nem "pendura" fiado.
No Bar de Tóta
o poeta Antonio Barbosa despe sua dor
em versos que arranham o cotovelo!
sangra o coração a folha sem pauta
Enquanto katiguria canta Celestino
Pedrão comanda o aplauso
Moca e Fenelon discutiam a gramática
e Verissimo esnoba sua classe
de garanhão puro sangue...
Só lembranças restam ...
Marcelão Coimbra,
o doutor afortunado
se vê simples como um pardal,
não canta mas encanta co
eua classe, enquanto assumia !
- nem parece filho de Canô e Odeilde!
De politica e futebol todo mundo é
entendido! religião
só quando passa a procissão
reverência com o copo na mão!
Tudo é motivo de pilheira
ate o livro do poeta Toinho !
mas a graça fica sem graça
quando alguém pede a saideira
por conta da casa...
- É besta? Grita nego Tota!
E Louro pela cidade perambula
de jumento, de mula ou de pé
gralha de porta em porta
"qui nem uma zabelê..."
chama um de xibungo, outro de besta
sem que ningúem se azua...
Louro é feito arbusto do cerrado
resistente, torto e teimoso
é flor rara de piquizeiro.
Ovacionado,
Agraciado,
Abraçado...
Louro poderia ser nosso Prefeito
seria perfeito!
- o que? grita Louro
"Eu não sou cachorro não!..."
Louro é avesso a politico
o partido de Louro é Correntina
se com ela mexer ele esparrama
e só Deus pra junta os pedaços
quando Louro fica zangado!
O palanque de Louro
é Casa de Louro,
Onde todos teem direitos iguais
Sem ideologias absurdas,
sem militancia partidária
Sem preconceitos no peito,
sem raparigagem
a Casa de Louro é sua essência
e sua cultura!
Louro é Correntina, quando rí
e quando chora tambem!
Católico sem carolice,
tem seu santo de devolção
acompanha lado a lado a procissão
que derrama pelas ruas benditos
novena , dobrados e cantorias!
Cenas de fé e hulmildade,
de olho no Padre
pelas ruas, vai o cortejo da fé
Louro já foi até coroinha!
Louro vai pelas ruas
fazendo a frequesia
Um cafezinho aqui, outro lá
se farta no cuscus,
beiju e biscoito frito
feliz da vida
se aninha feito o dono do pedaço!
Louro é cheio de "livusia!"
quando menos se espera aparece
e some na mesma "lijereza!"
Eita Louro agoniento
Quem aguenta isso?
reclama Vavá?"
Por vezes é tão agitado, engraçado
noutras tão tímido, manso… calado...
como quem acabou de acordar!
Todo dia ele cumpre a mesma rotina
a cidade fica tão pequena a seus pés!
Na porta de casa, solta foguetes
feito menino levado, liga a difusora
toca orquestras e dobrados...
ahh! Louro do Tabuleiro de pão!
Louro do Juda, na quaresma
Louro dos paruaras, do gol “contral”
Louro das anedotas!
Louro dos carnavais e canaviais!
Louro dos Neves e Vieiras
Louro da TV Anhanguera
Louro das noites de lua
Louro de tudo e de todos os tempos
Louro que não é de ninguém!
"- Que dia você vai embora LOURO?
grita um, do outro lado da rua
e Louro na bucha responde
"- Vou no dia que'u quiser,
seu xibungo! você não manda ni mim."
Este é Louro,
casca de cascudo doce
O outro é Laurentino
melado de cana caiana!
- Disse tudo meu Louro,
não deixe esses xibungos ti zuá.
Não se vá daqui meu Louro
O céu pode lhe esperar!
Eu ficaria tão triste
e Correntina tão só ...
Eterno sei que Louro não É
e um a um todo mundo um dia vai
Enquanto Louro não vai,
Louro fica na casa de Louro,
na boca do povo!
no Coração da cidade,
na tradição e festejos
na boca da difusora ,
no testamento do juda
na folia de reis,
nesta poesia,
na história de nossa cidade...
- Louro nunca será esquecido.
Louro sempre ficará
onde seu coração "asossegar"
Num cantinho guardado,
feito diamante bruto.
Louro se verá, sempre
na estrela da manhã
num presépio de natal,
na folia de são joão
na prenda do arvoredo,
na faísca das fogueiras
na bandeira do Divino,
no cortejo do Rosário
cavalgando na cavalhada,
no presepio de natal ,
no terno das pastorinhas
na alma desta gente,
onde Louro sempre sera
Laurentino Neves Vieira!