Dona Altanira
Não queria que fosse banal. Você era uma pessoa rara.
Peço a bênção. Escrita é algo Sagrado.
Hoje senti de ligar, dizer que separei as sementes daquelas flores que lhe contei da outra vez...
Agora ficou uma lacuna.
Sinto como se estivesse a atirar pedras numa lagoa...
E me deu um apagão.
Como era mesmo aquela Oração?
Nos últimos meses só pude ter a sua voz...
Foi tão linda nossa amizade. Beber água gelada, falar de versos...
Estradas.
Sua última ligação foi a despedida e eu não sabia...
Em que portal de luz se encontra agora, que faz repousar e confortar meu coração?
Parte sua em mim fica. E vai ser com esta parte que vou reinventar a vida.
Muito obrigada meu Deus, pela honra de conhecer, Dona Altanira.
Susana Raposo