RAUL EM MEUS SONHOS

RAUL EM MEUS SONHOS

Enquanto o político,
Se nega a ser,
De caráter normal,
por querer só real.

Eu, no meu canto,
Frente ao envelhecer,
Vou tentando sobreviver,
Nesse mundo anormal.

Então eu escrevo,
Um texto ao rei,
Sendo escravo a sonhar,
Sem poder viajar.

Pois tudo é conflito,
Então me indignei,
E assim meu lugar,
É também como o mar.

Onde as águas se jogam nas praias,
Ou debatem com rochas que furam,
Mas nunca dançam usando saias,
Porque as garras da terra perduram.

Pois águas só voam quando evaporam,
Ou quando despejam da casa das nuvens,
Servindo de urina que salva os que moram,
Nos ninhos de aves sem as penugens.

Porque foram galinhas testadas por Hitler,
E estão depenadas buscando por milho,
Apenas usando perucas com glitter,
Ou estando nuas a andar pelo trilho.

E assim volto às águas, malucas ou não,
Se não sou mais lúcido na minha visão,
Buscando um caminho sem ter ilusão,
Mas querendo, nas águas, apenas meu chão.

Pois louco navega sem ter um timão,
Sonha sem ter noites ou mesmo um colchão,
Voa sem asas e viaja a Plutão,
Mergulha no abismo, com seu fundo de chão.

Então sou Raul, sou Sertão, sou poeta,
Ante o vento do sul, no verão ou inverno,
Mesmo quando estou nu ou em frente ao beta,
Pois meu alfa vê o ômega, mas não quer só inferno.

E assim, seu moço, meu disco voador,
Me leva o amanhecer, na noite que perdura,
E eu vejo o poço que ainda guarda a dor,
Que irei conhecer, pois só vejo a tortura.

👀🎶💭