MEU SERTÃO TE AMO SEMPRE.
Meu sertão já foi das secas e invernadas de imbu e coalhadas. Dos boiadeiros e dos tropeiros, das rezadoras e das parteiras, das novenas e Roda e São Gonçalo. Dos bons forrós em latadas, as brigas eram na peixeira ou na rasteira. O som era da sanfona de oito baixos gemendo nos braços do tocador e dançantes enamorados. Missa era no mês de julho onde havia batizados e casamentos.
Escola era para muitos: era tocar animais, gado; enxada e machado. Pouco liam Machado de Assis, José de Alencar e Graciliano Ramos. Mas tinha alguma escola pela pedra e pela faca. Onde o professor não sabe nem para ele, mas ABC E CARTILHA eram cantadas. O cara quando rabiscava um bilhete e fazia as quatro operações da aritmética já eram letrados. Dava para fazer uma ficha nas Empresas do Sudeste. E escrever cartas aos parentes do Nordeste.
Meu sertão como você mudou. Confesso que gostei da evolução, contudo, fico triste que você está involuindo. Respeito aos costumes e a malandragem, drogas invadiram seu espaço que outrora era sagrado. Até suas noites eram as mais bonitas do mundo, um céu estrelado e um luar encanador. Lugar esse onde poetas e namorados viajavam.
Mesmo assim continuo te amando mesmo na imensa distância e em pensamento. Meu sertão você mora eternamente no fundo do meu coração.
ADÃO NHOZINHO.