Uma Ode à Minha Terra

Uma saudade à minha terra,

terra aonde nasci, aonde me criei.

Onde o verde era mais verde, o frio era mais frio.

Aonde eu quebrava a geada com os pés,

nas manhãs de inverno, indo para escola feliz.

Onde, os dias eram, mais dias.

Dias alegres, grandes,

com gente grande, muita gente.

Terra do meu pai, da minha mãe,

meus avós, tão vivos em mim.

Aonde nasceram meus irmãos,

e juntos vivemos tanto.

Terra que viu nascer a mim,

em um dia frio de Setembro.

Que me ensinou a viver,

a amar a tradição.

A cantar nossas músicas,

a dançar nas envernadas,

como prenda, como filha.

Sim, saudades da minha terra,

do seus costumes, da minha infância.

Terra, que deixei tão cedo,

mas que carrego no peito,

na alma, e no coração.

Terra que levo com orgulho,

por ter me visto nascer.

Tenho muitas terras,

Santa Catarina, para onde vim,

por ela vivo, dela sobrevivo.

Galicia, minha terra nai,

para onde fui, que me acolheu,

me mostrou uma gente como a gente.

Na Espanha, tão linda, tão saudosa,

com o coração tão grande.

Portugal, tão querido, tão meu,

tantos amigos, tão meus.

Mas tu, meu Rio Grande querido,

sempre será, minha lagoa azul.

Para aonde, um dia,

minhas cinzas voltarão.

E, em noites de lua cheia,

encontrarei os contos que me contavam,

os braços que me abraçavam,

o amor que me amava,

lendo meus livros,

à luz de velas.

Voltarei a ser menina,

correndo ao redor do Chafariz.

Encontrarei, outra vez o meu berço,

aonde minha poesia nasceu.

Nele vou repousar,

dormir, sem saudades,

tropeando no teu céu, sim.

Uma ode à Erechim!!