QUANDO O CASTIGO É PIOR QUE A PEIA

Minha mãe sempre foi muito religiosa, católica praticante, nos doutrinou na religião e era obrigação de todos os filhos participar das missas aos domingos ou pela manhã ou à noite, meus irmãos chegaram a ser coroinhas e minhas irmãs catequista, eu até participei de grupos jovens,

Até que um dia aconteceu de nem eu e nem meus dois irmãos irem para missa, nem pela manhã muito menos a noite, minha mãe ao saber logo contou ao pai. E’ bem aí que começa nosso castigo. Fomos proibidos de sair para uma festa, em um clube que ficava quase em frente nossa casa. Até aí tudo bem, fora a curtição que tivemos de aguentar de nossos colegas quando passavam em frente e nos viam nas grades do muro pelo lado de dentro como presidiários. Passado uma semana fomos todos para missa de manhã, e assim, que voltamos e estávamos se preparando para ir ao igarapé, que ficava na saída da cidade e que hoje está poluído por uma lixeira publica, seu Valdemar nos chamou e disse:

- Semana passada vocês faltaram a missa, e juntando as raivas que fizeram para sua mãe, hoje vocês iram pegar todo aquele monte de pedra que está encostado no muro e iram colocar aqui, este aqui, seria aproximadamente uns oito metros, depois que transferirem as pedras iram limpar o local e depois retornar para o mesmo lugar. Começamos a carregar essas pedras as nove e pouco da manhã, existiam pedras pequenas e pedras que tínhamos que quebra-las na marreta para transportar. Na metade das pedras nossa mãe já com pena ou dó daquele flagelo, pois as pedras eram do tipo jacaré, cheias de rugas, disse para o pai que já bastava e que o castigo estava de bom tamanho, mas ele não atendeu sua suplica. Até que em determinado momento meu irmão, ele como sempre o do meio, disse para meu pai.

- Eu prefiro que o senhor me dê uma surra de cair o cabelo, do que esse castigo.

Foi hilário, mas não ouve acordo.

E esse castigo, jamais esquecerei, nossas mãos por alguns dias nos forçava a lembrar.