MARIELLE TINHA QUE MORRER!!

Não resta dúvidas, Marielle tinha que morrer! Ela trazia consigo todos os estigmas sociais imperdoáveis para esta sociedade: mulher, negra, lésbica, pobre, periférica, de esquerda e defensora dos direitos humanos, era muita representação social em um único corpo. Essa sociedade classista, machista, misógina, racista, LGBTIQ+ e patriarcal jamais permitiria tamanha representação, sobretudo, vindo de um corpo que afrontava, que não se calava e ia para cima dos poderosos! E, como se não bastasse, era carismática, de luta, e não se escondia nos armários da opressão.

De fato, não resta dúvidas, nesse contexto ela tinha que morrer! Mas para azar de seus algozes, ela não morreu e jamais morrerá, pois empunhou uma bandeira sólida demais para se deixar abater, aliás, uma não, várias! Ela personificou os anseios de milhares que como ela jamais se calarão e, para desespero de seus assassinos e mandantes, seu corpo virou território sólido e desta forma é muito mais forte que uma ideia, pois é espaço onde se planta e germina, o tiro deles saiu pela culatra, milhares de ideias, milhares de Mariellles neste momento já estão brotando por aí.

A grande lição de Marielle: não adianta se ainda temos que morrer, para cada uma que seja abatida, milhares ocuparão nosso lugar, somos terra firme, podemos parecer, em alguns momentos terra arrasada, mas, é exatamente aí que mostramos nossa força, é exatamente nesse instante que nos faremos PRESENTES!