TARDIO AGRADECIMENTO

Amigos ativistas culturais! Não me canso de dizer, há mais de 40 anos, que o ativismo cultural é o que mantém no País a arte literária vivaz e atuante. São muitos os grupos que a revitalizam, que a fazem reprodutora de gestos e ações de pleno e ameno estado de confraternidade, produzindo felicidade entre o escriba-autor e o escriba-leitor.

Por vezes, há casos pontuais em que, ao mudar a criatura humana através da aplicação do substrato cultural e literário, o mundo dos fatos - a realidade - resulta alterada para o benefício do todo, ou de expressiva parcela da população, logrando alterar situações injustas, tal como é o caso da NEGRITUDE E O ESCRAVAGISMO, tralha histórica que os dirigentes da classe dominante brasileira, forçados pela pressão política, nos últimos anos, têm procurado minimizar.

Há, no Brasil do séc. 21 (ou sempre teria sido assim?), um pequeno grupo de notórios escritores que ganham dinheiro com a Literatura, força de cortejo à fácil popularidade, normalmente "fazendo cortesia com o chapéu dos outros", como é o caso dos apaniguados de grupos partidários instalados no poder político, que recebem benesses e polpudas verbas estatais (tipo Lei Rouanet: a Lei Federal de Incentivo à Cultura, denominação dada à Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991) para o financiamentos de obras literárias e correlatas, dando, em troca o seu aval ao grupo citado, na formação de opinião pública favorável ao governo e seus comparsas.

No mais, tudo é custeado pelo magro bolso dos autores, que se solidarizam entre si e produzem edições cooperativadas, em muitos casos, em até duas publicações ao ano.

Neste contexto, saúdo, no Pago Grande do Sul, com atuação em todo o País, a Academia Internacional de Artes, Letras e Ciência "A Palavra do Século 21", conhecida como ALPAS 21, sediada em Cruz Alta, presidida pela ativista Professora Rozelia Scheifler Rasia, e a Associação Cultural "Poemas à Flor da Pele", sediada em Porto Alegre, tão bem dirigida nacionalmente pela ativista poética e editora Soninha Porto.

Essas gurias da "Poemas" sempre foram supimpas, fraternas e generosas, e até me ofertaram diploma corporificando a homenagem, em 2013.

Estamos juntos, queridas promotoras de eventos, prosadoras e poetas, declamadoras, leitoras e dizedoras de poemas, cantoras, atrizes e teatreiras, enfim, fazedoras de um "estado de felicidade" incomum, completados 12 anos neste 2018.

Afinal, vivemos num mundo (do lugar comum e costumeiro de viver) em que as pessoas se comem vivas, dando azo a uma competição desenfreada que produz, pelo conjunto axiológico propício, a inveja, a ciumeira, a concorrência desleal, a fofoca e a intriga e todo tipo de veleidades que negam a convivência e o sadio gregarismo, especialmente na área da Poesia. E esta é, segundo o mestre Armindo Trevisan, filósofo e poeta, a LUCIDEZ ENTERNECIDA...

Eu fui agraciado, em 2013, com uma bela placa de Homenagem, pelo apoio que teria prestado às ações culturais da Poemas, no entanto, quem efetivamente a merece é a entidade grupal, pelo muito que faz e fez nestes últimos doze anos. E, se o fiz, foi por convicção em relação à causa e por respeito ao trabalho desenvolvido. Contem sempre comigo. Grato, muito grato ao pessoal da Poemas.

Com alegria e apreço, o poetinha JM, muito honrado.

– Do livro inédito A BABA DAS VIVÊNCIAS, 1978/2018.

https://www.recantodasletras.com.br/homenagens/6515062