Homenagem as Donas Xepas!

Não tenho dúvidas que a pior fase de minha infância era os dias de feira livre as quintas e domingos, quando íamos com a mãe comprar pouquíssimo e catar muito!

Já tinha uns 6-8 anos e a maioria do morro só descia perto do meio dia, para pegar a hora da Xêpa, do tudo muito mais barato!

Aí era dureza quado víamos alguém conhecido pois a mãe não disfarçava, se tivesse que apanhar uma fruta ou legume aproveitável debaixo de uma banca.

Pior era comprar aqueles lotes de banana pra lá de Marrakesh, que chegavam em casa já prontas para virarem vitamina de tão amassadas, pelo pêso das outras frutas e verduras compradas ou pegas!

Mas o mico dolorosamente inesquecível veio alguns anos antes! Ainda me lembro de nós, eu e meu mano catando várias tardes nas areia da Praia de Copacabana, copinhos de sorvete.

A mãe entrou numa de ficar rica vendendo Pasta Rosa, (nome original) detergente cremoso para louças que vendia mais que o Lula vendendo a Dilma!

Para isso comprou um bocado de sabão em barras, fez uma salada qualquer com outros ingredientes que incluía areia, colocou nos copinhos e lá fomos num ensolarado domingo, vende-los.

Naquela época a feira ainda não era no Bairro Peixoto ao pé do morro. Era na Siqueira Campos em frente ao Shoping, na beira da Praia e a lado da Avenida Nossa Senhora de Copacabana!

O preço era pouca coisa mais barata que a original e no copinho de sorvete se via que era artesanal, ou seja na época, de nenhuma confiança! Sentamos ao lado da mãe e ela passou a gritar oferecendo a pasta quase Rosa e nada. As horas passando e nada e ela com uns 20 potinhos do produto. Até que Deus com pena mandou-nos uma cliente!

Era nossa Vó de criação, a mesma que ajudava a mãe há anos e comprou um pote.

Voltei/voltamos umas 13;00 arrasados, já que muita gente do morro ia aquela Feira, pois era feira de barão!

Mal sabia eu oque o destino nos preparava e eu e meu irmão passaríamos !

É a vida?