amiga de garra
Amiga de garra
Quem sou eu?
De tantas que murmuras
Fui condensada a dor,
Fui seresteira no amor
Em razão despercebida.
Feridas descarnadas
Que viraram cicatrizes,
Em meio ao relento
Sem teto seguro,
No auto do muro.
Construo minha história
Construo minha vitória
Em prol da minha verdade,
Solidão aguda
Paixão rasgada,
Como feixe de papel
Molhado nas extremidades,
E recheado de não
E de saudade.
Em plena amargura
Pude sentir o doce,
Que a vida propôs
Na saliva molhada,
Escorre a certeza
Que me fez selva
Com minhas crias,
E cidade
Com minhas alegrias.