Cabeças d’água

Cabeça vazia no alto do morro,
Recebe o choro das nuvens
E os rios pedem socorro
Ignorado por descaso do povo
 
O ronco avisa ao povoado
A ira da mãe natureza
Que o perigo está concentrado
Para devastar a pobreza
 
Uma tromba desce louca
Quebrando galhos assombrados
De folhas poucas do bioma da mata
Que areja a favela
 
Há telhados espalhados ao chão
Que tapam os escombros
Que cobrem os tombos
Dos meninos desventurados
 
E um artista solidário
Com seu pranto engasgado
Percebe que toda a sua riqueza
É os que habitam ao seu lado
 
 
Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 04/05/2018
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