Tributo ao meu pai

Alegrias, lembranças, crianças

Destino, menino, franzino

No rio, lambanças,

Festanças, não cansas

No choro, presente,

E sentes saudades, verdades

Ausentes.

Na força, vontade, invade

Sementes, plantadas

Molhadas no olhos da gente.

Enchentes, momentos

Valiosos tormentos,

Heróicos imensos

Tolhidos torrentes.

Sadios conselhos, tão sábios

De amigo, senhor do castigo,

No chão de joelhos

Velados, forçados e aprendizados,

remorsos colados,

Nos olhos vermelhos.

Fechado certeza, correto

Justeza, comida na mesa

Orava calado, centrado

Respeito, impunha seu jeito

Enquanto seu peito sofria calado,

Seus filhos amados, silêncio

Distância, um nó arrogância

Ausência, enjaulado.

Passado presente, somente

Não sente, tão forte, tão manso

Num frio gelado, esforços

Forçosos, teimosos, descanso

Imploro e me canso

De olhos fechados.

Sabia que um dia também

Viveria a sua agonia,

O coração cortado;

Que nem um minuto, não vale o luto

E nem um tributo sem estar a seu lado;

Quando virou santo, ficou o espanto,

Sua foto num canto, parecia cansado;

E tive a sorte mas virou castigo

Do meu pai querido ter me perdoado.