Carta a minha Avó

Minha Avózinha... talvez o verso mais lírico da poesia, não consiga exprimir o meu amor pela sua essência. Seu sorriso, minha fortaleza... calmaria dos meus dias agitados, quantas vezes suas orações já me livraram do laço do passarinheiro. E olha, que sou passarinha, mas não sei se ainda posso voar longe do seu abraço. Sem ti, por aqui seria um navegar sem boias e salva-vidas, ainda não aprendi nadar sem o teu olhar a me guiar nessas águas turvas e frias. Agradeço a Deus nas minhas orações pela sua vida e tento não ser egoísta quando anseio ir embora antes. A lei da vida, se é que existe lei, discordo de todas, é que o que virá não cabe a nós decifrar e sim entender... eu só quero decifrar a singela simetria do seu sorriso manso no amanhecer. Mas a perfeição está longe de mim e nem aprecio, deixo pra ti a beleza de ser a mulher forte, batalhadora e cheia de luz que me criou quando mãezinha se foi... mas ela está nas mãos de Deus, assim como papai o acolheu. Órfão de pais, mas de amor sou completa. Avózinha, me perdoe pelas estripulias e birras nas madrugadas, agora que cresci e deixei de ser aquela adolescente ambulante na cidade grande, aprendi o quanto o amor pelos meus está longe de ser relíquia, é algo que se toca, se sente, se abraça, se acaricia, agradece, enaltece todos os dias... se guarda nos vãos que estão longe de serem preenchidos, pois o meu presente é te tocar antes de abrir os cílios e te ver ao lado da cama com saúde e sabedoria. Eu te amo e talvez essa poesia você não entenda muito bem, mas a receba com meu sentimento de agradecimento, respeito e afeto por todo tempo, além do sempre.

PazSarinha
Enviado por PazSarinha em 19/06/2017
Reeditado em 19/06/2017
Código do texto: T6031792
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