Sebastiana também resolveu subir
De tantas saudades de Antônio Euzébrio
Sebastiana resolveu também subir
Foi-se embora na última noite
Deixando triste os que viviam com ela a sorrir
E na porta está Antônio Euzébrio
Esperando para em suas mãos segurar
Sebastiana logo mais
Estará com ele a passear
Me lembro dos tempos de infância
Na casa de Sebastiana
Eu, meus irmãos meu pai
E minha mãe Mariana
Os filhos de Antônio Euzébrio
Quando nos ajuntávamos para brincar
Era tão bom naquela sala
Que não dava vontade de parar
A frente da casa tinha um quintal enorme
De um lado barranco por cima do barranco uma estrada
Do outro lado pés de laranjas
Sebastiana era por todos amada
Por vezes cortamos aquela estrada a pé
Para na casa dos Euzébrios chegar
Na venda de Antônio
Meu pai costumava uma pinga mineira tomar
Antônio era mais um homem da roça
Sebastiana vivia da casa a cuidar
Antônio tinha uma voz grossa
De longe dava para escutar
No quintal da casa havia uma corredeira de água
Que alimentava o moinho para o milho socar
Dali saía o melhor fubá
Sebastiana usava para um angu cozinhar
Mulher guerreira foi Sebastiana
Disto ninguém há de duvidar
Quando passar por São Simão do Rio Preto
Basta para qualquer um perguntar
Vai com Deus Sebastiana
Que daqui estaremos a lembrar
Dos momentos alegres
Que pudemos contigo compartilhar
Sentiremos sim a tua falta
Pois não eras apenas a Sebastiana
Eras a mulher virtuosa
Que nos deixou está semana.