SONHOS (DIA DAS MÃES)

Domingo, dia das mães. Acordei tarde, o que não acontece com frequência, na verdade durmo pouco. O sono descansa, permite os sonhos, realimenta e nos mantêm vivos. Dos sonhos que me permiti sonhar ao longo dessa vida, em determinada época cheguei a acreditar que nenhum se realizaria, mas estava errada. Sonhos não são apenas objetivos a serem alcançados, mas são antes o movimento, a essência, a força de vida que nos move. É possível morrer pela falta de sonhos e a vida pode ser dura, árida, mas mesmo quando “não temos sonhos” eles estão lá. Às vezes em semente, outras como uma foto esquecida no canto da gaveta e precisamos nos dispor a plantar, a revisitar, a fazer faxinas necessárias. Quando a ajuda vem, é inestimável. Minha mãe é uma parceira incrível nisso de fazer sonhos ganharem vida. Tem fé, aposta e trabalha. Por todos os sonhos que me ajudou a realizar e outros tantos que me ajudou a reformular, e dizer adeus para seguir em frente, sou grata. Pelos encontros que a vida me permitiu com os sonhos de outras pessoas, sou grata. É na construção diária que nossos sonhos ganham vida, é no cuidado com o que nos é dado viver que a vida se faz. A tarefa de viver é delicada e muitas vezes árdua. Reconheço e honro as mães que dão vida mesmo sem carregar no corpo, que sabem sonhar junto e separado. Reconheço e honro as mães de jornada dupla, as que não geram nem adotam, mas cuidam de outros que delas necessitam, que ajudam a restaurar a capacidade de sonhar que muitos julgam perdida ou inexistente. Pelas pessoas, homens ou mulheres, que se fazem parceiros de sonhos, que acreditam que “amanhã vai ser outro dia”, que investem e acreditam, que respeitam as delicadezas da individualidade, os laços do que nos une e a simplicidade de que viver é cuidar de tudo o que vive e respira, e ama e sonha; por quem compreende que ser mãe é mais que um lugar social, mais que D.N.A, mais que similaridades de espécie, sou grata.

Feliz dia das mães para quem se dispõe a aprender amar todos os dias.