Os traumas me distanciaram dos dentistas durante muito tempo.
 
Enfrentei verdadeiros carrascos nesse universo, pessoas estúpidas, nada sutis, extraindo meus dentes sem qualquer piedade, criando um pavor profundo o qual tirou os dentistas do meu mundo.
Um dia minha irmã sugeriu que eu conhecesse sua colega de academia, uma dentista chilena muito competente.
Resolvi experimentar, perdi o enorme temor, fiz um tratamento nunca antes sonhado, provei, aprovei, sorri.
As mãos delicadas, o perfume gostoso e a voz carinhosa substituíram os traços masculinos os quais não vale a pena citar.
 
Saindo do colégio à noite, a partir de 2015 decidi usar os táxis.
Num primeiro momento contratei um amigo que costumava levar as compras efetuadas por mainha numa época maravilhosa.
Certo dia o carro pifou, recordei uma taxista amiga da minha ex, liguei, comecei a viajar ao seu lado, não retomei o antigo motorista.
Nesse caso as mãos delicadas apenas tocam o volante, mas continua valendo o perfume gostoso e a voz carinhosa.
È outra história! O intercâmbio, sempre profissional e respeitoso, ganha outra cor, garantindo um serviço que une eficiência e simpatia.
 
Nunca mais a voz grossa, os suores fedorentos e as mãos rudes de um homem eu pretendo encarar.
Descobri que, se o dente incomoda ou o deslocamento é urgente, antes da aflição crescer, uma mulher trará a solução, irá aparecer.
 
Ela, com um jeito leve, logo costuma surgir bem otimista.
Tudo fica perfeito, deve, faz a dentista, também a taxista.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 23/02/2016
Reeditado em 23/02/2016
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