A UM GRANDE HOMEM
Palavras póstumas a um grande homem:
um justo, um rude, um rústico.
De tão falante, se fez trovador,
de sua terra, suas raízes e sua dor.
Sem mais nem menos,
de sua mente, saía um repente.
Daqueles bem nordestinos.
Versos inventados, em martelo agalopado.
Tinha orgulho de ser
Repentista – poeta – trovador – cantador
Por onde ia versava, conversava,
agradava a platéia curiosa
de ouvidos atentos,
ao som de sua voz forte
de homem do norte.
Nos teus livros mergulhei fundo
e encontrei histórias de Lampião,
literaturas de cordel,
que de tão vivas
me pareciam sair do papel.
Criavam vidas,
No meu imaginário e fantasioso
Mundo de menina
Filha de poeta.
E já poetinha, sem ainda o saber.
os versos me foram apresentados.
A esse mesmo homem, anos depois,
Devolvo a honraria,
em forma de versos,
tal qual ele fazia.
Meu pai, grande homem
Me fez, grande filha!