(cidade do Monteiro)
Pinto do Monteiro


 
Pinto hoje lá no céu
   De Monteiro ele lembrou
   Do som de sua viola
   Que com ela ele cantou
   Fazendo versos rimados
   Todos eles improvisados
   Seja de qual tema for.

   Monteiro foi à cidade
   Onde muito ele cantou
   Repente com a viola
   Nesta arte um professor
   Mais o dom da poesia
   Não deixou nem poderia
   Pinto morreu e levou.

   Monteiro é denominado
   O berço da poesia
   Homenageando pinto
   Faz-se tanta apologia
   Mas pinto na sua lida
   Nada lhe fizeram vida
   Do que se faz hoje em dia.

  Bem falou Nelson Gonçalves
  Que de saudosa memória
  Falando e dando risada
  Mas deixou em sua história
  Cantando ele disse assim
  Quem quiser fazer por mim
  Mas que seja feito agora.

   Pinto morreu já faz tempo
   Já vive do outro lado
   Quando vivo em Monteiro
   Não era assim tão lembrado
   Quem conhece sua história
   Tem guardado na memória
   Morreu quase abandonado.

   Só tinha como riqueza
   Uma aposentadoria
   Que mal dava pra comer
   Pois era uma ninharia
   Mas faz parte do passado
   Pinto por todos é lembrado
                    Pelos versos que fazia.

   Como Pinto do Monteiro
   Um bairro foi nomeado
   Na entrada da cidade
   Seu nome está lá gravado
   Valorizando a cultura
   Para a geração futura
   Ficou de Pinto o legado.

   Monteiro em educação
   Um grande avanço foi dado
   Chegando a universidade
   Seu povo foi contemplado
   Que leva o nome de Pinto
   Bem na frente do recinto
   Seu nome foi desenhado.

   Pinto em sua trajetória
   Fez versos improvisados
   Que deixava seu parceiro
   Por todos serem vaiados
   Com rápido raciocínio
   Ele tinha o domínio
   Pra responder apressado.

   Muitos versos do poeta
   Foram todos editados
   Em livros e nos cordéis,
   Foram eles publicados
   Para que ninguém esqueça
   Nos arquivos permaneça
   Registros desse passado.

    Depois de muitas andanças
    Pinto veio pra monteiro
    Cidade que lhe deu nome
    A este herói violeiro
    Mas seu nome de batismo
     Nos anais do cristianismo
     Severino é o verdadeiro.

   Pinto já muito velhinho
   Permaneceu em monteiro
   Viveu cego e paralítico
   Seus momentos derradeiros
   Mas a mente era lúcida 
   E às vezes com astúcia
   Este poeta guerreiro.

  O seu derradeiro sonho
  Era pra quando morrer
  Que fosse ao Pernambuco
  Em Sertânia pra rever
  Companheiros de viola
  Que em suas cantarolas
  Davam-lhe muito prazer.

   Mas o destino não quis
   Em Monteiro é sepultado
   Na terra que lhe deu nome
   Que será sempre lembrado
   Em bairros e monumentos
   O poeta de talento
   Hoje estais do outro lado.


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Campina Grande, 12/05/2007.

Azsantos
Enviado por Azsantos em 19/05/2007
Reeditado em 20/01/2008
Código do texto: T492667
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