CANTAM AS HARPAS DE CORAÇÃO OU O DESERTOR DE CABEÇA.

CANTAM AS HARPAS DE CORAÇÃO OU O DESERTOR DE CABEÇA.

“Tudo que é vivo morre”, porém, existe uma disputa entre dois órgãos (coração e cérebro) para saber quem é mais forte, ou pelo menos, num conflito solene, quem leva a melhor. “O otimista é um tolo. O pessimista um chato. O bom mesmo é ser um realista esperançoso”. E neste aspecto tenho duas armas pra lutar: O riso a cavalo e o galope do sonho; e é com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.

Neste reino de uma única certeza, (a morte) me apareceu uma pedra, por duas vezes não me derrubou, e, certamente não será desta vez que cairei. Pois tudo passa e o tempo duro se esfarela.

O que é vermelho queria deixar de correr; O cinza querendo ficar vermelho. Não permitirei.

Outro dia cochilando no chão do aeroporto, escutei meu coração discutindo com o cérebro:

Coração- Você pode até ser mais inteligente, mas eu sou mais forte, levo pelos mais de 98.000 km de veias e artérias tudo que se move em baixo de você.

Cérebro- Mais forte tudo bem. Quero ver você manter em pé, pelo menos um centímetro deste tamanho, se eu parar de trabalhar! Saiba que eu posso até lhe trocar por um de outra pessoa. Agora, quanto a mim: Sou insubstituível.

Coração- Você é um tolo. Falou com arrogância, todas as emoções partem de mim, se você se apaixona quem bate mais rápido sou eu; se o corpo descansa, que desacelera sou eu; Se corre quem acompanha sou eu.

Cérebro- Meu caro operário braçal, sua função é bater e bombear, trabalhar pra me sustentar, afinal, alguém tem que fazer o trabalho pesado, e com certeza não é eu quem vai suar o peito.

Coração- Vivo tão a flor da pele, que sou perceptível a olho nu. Sou símbolo do amor e de tudo que há de bom.

Cérebro- Grande vantagem, ser símbolo do amor. Nesta ‘terra de ninguém’ o que menos existe é amor. Até o próprio amor está deixando os corações.

Coração- Se o amor está deixando os corações, é culpa da sua racionalidade que vem transformado sentimento em meras teorias desprovidas de acalanto.

Cérebro- Mas olha quem tá falando em acalanto, se tem alguém por aqui que acalanta, esse alguém sou eu: Tu disparas, eu me esforço pra te trazer ao normal; Tu queres parar, e eu mando logo o aviso pra tudo que é órgão responsável. Quem acalanta mais, acalenta menos que eu.

Coração- Realmente, esperar modéstia de um bloco de massa cinzenta é pedir demais. A única coisa que tu sabe fazer é pensar, o resto fica por minha conta, e não fico me gabando por aí quando você fica excitado e eu tenho que bobear um grande fluxo de sangue pra aquela outra cabeça, né? Mané.

... Para tudo, para tudo. Acordei. Vamos deixar de briguinhas infantis, e partir para a política da boa vizinhança: Paradoxalmente pensei com o coração.

Oxente, O que eu não quero é perder a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.

“Quando eu morrer, não solte meu cavalo nas pedras do meu pasto incendiado: fustiguem lhe seu dorso alardeado, com a espora de ouro, até matá-lo”.

. Ok, vocês já perderam duas vezes, e hão de perder novamente. Vocês têm duas escolhas: Ou concordam comigo ou estão equivocados.

Vida longa, Ariano Suassuna.

Citando, e me inspirando nos textos e na vida de ariano. (Não era nem pra rimar, mas já que rimou! Não sei, só sei que foi assim).

PS: Ariano Suassuna esteve internado por duas vezes o ano passado com problemas cardíacos e se recuperou bem. Esta semana sofreu um AVC hemorrágico e se recupera num hospital em Recife. Boa sorte, Ariano.

M. C. MEIRA 22/07/2014.

MAERSON MEIRA
Enviado por MAERSON MEIRA em 22/07/2014
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