A POESIA SUL-AFRICANA DE EUGÈNE MARAIS

O POEMA...

NOITE DE INVERNO

Ó como é frio o ventinho

e magro,

e brilha na luz fosca

e nu,

tão largo quão a misericórdia do Senhor,

jazem os campos à luz da lua e à escura

E alto nas montanhas,

espalhado entre os fogos,

as sementes do capim sussurram

como mãos que acenam.

Ó triste a musiquinha

que vem acompanhada do vento do leste,

Como o canto de uma menina

Abandonada ao seu amor.

Em cada dobra de espiga de capim

brilha uma gota de orvalho,

e logo se torna pálida

vira geada ao vento!

...E O POETA

Eugène Marais (Pretória 1871 – Pelindaba – 1936) poeta, contista, ensaísta, jornalista e naturalista sul-africano, pelo fato de ter concluído seus estudos em escolas inglesas começou a escrever seus primeiro poemas nesse idioma. Quando tinha 20 anos Marais fundou jornal Land en Volk (País e Povo). Envolveu-se na política a nível local ao mesmo tempo que lutava para se livrar do uso da morfina. Embora tenha ido para Londres estudar medicina acabou convencido a estudar direito. Marais, como naturalista, lançou vários ensaios de cunha científico. Eugène Marais é reconhecido como o pai do estudo científico do comportamento dos animais, a Etologia. Seu trabalho foi traduzido para várias línguas. Seu mais célebre poema chama-se Winternag (Noite de inverno) considerado o primeiro poema em afrikaans de mérito literário.

Enzo Carlo Barrocco e EUGENE MARAIS
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 16/06/2014
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