Fullmetal Alchemist

Fullmetal Alchemist Brotherhood é a segunda adaptação em anime da obra de Hiromu Arakawa. Na trama somos apresentados a um mundo onde existe a alquimia, não como ficou conhecida da época medieval, mas como uma possibilidade de poder criar e destruir a matéria, esta alquimia permite que qualquer coisa possa ser transformada em outra, desde que o alquimista possua o conhecimento necessário, a partir de um princípio chamado de “troca equivalente”, ou seja, nada como a célebre citação de Lavoisier: “nada se cria, tudo se transforma”. Usando um “círculo de transmutação” o alquimista toma a capacidade de transformar.

É inegável a tomada filosófica que o roteiro da obra manifesta durante todos os 64 episódios, a todo o momento as situações ensinam que para todo ato há uma consequência, uma verdadeira lei de Newton. Edward Elric e Alphonse Elric, protagonistas da história são a prova disso, os quais respectivamente perdem membros de seus corpos, por ousar os limites da alquimia. Uma porta, a porta da verdade, a verdade qual vista, porém, com preços. Os irmãos Elric perdem por ver a verdade. E quão reflexivo isto não é? Quanto nós não perdemos por saber além dos outros? Como não se sentia Vinícius de Moraes, no poema “Operário em Construção”? Um homem que descobre que constrói sua própria prisão, e é abraçado pela solidão por saber... A descoberta de que tudo é nosso, porém vivemos apenas da capa do tudo, somos superficiais. A saída da caverna do mito de Platão.

. Uma história envolvente que faz dos espectadores até querer mudá-la, uma história que cria expectativa, que baila com as emoções humanas, drama, ação, aventura, desejo, ganância, como não se envolver? Difícil é não enxergar as profundas críticas presentes no Anime/Mangá. O ódio que vai de encontro à humanidade, mácula principal dos homúnculos – seres criados com a pedra filosofal, os quais possuem poderes sobre-humanos – na história. A crítica à fraqueza do homem, a crítica à crer somente em palavras, a crítica à alienação, a crítica as exorbitantes devoções imbecis à superficialidade.

E o que dizer da chama psicológica? Ira, Ganância, Gula, Inveja, Luxúria, Preguiça e Orgulho. Sete pecados capitais. Sete homúnculos que fazem jus aos seus nomes. Sete sentimentos que abrangem a história. Sete características sem as quais é impossível ser e/ou entender o homem como homem.

Lições que são pérolas, porém imperceptíveis se vistas com olhos escamosos, Edward Elric que tanto nos ensina sobre a dor como meio de alcançar os objetivos, mais parece Zaratustra que assim falou, ou o próprio Nietzsche que dessa ideologia fez seu grito de guerra. Já disse o próprio Cristo: “Quem quiser seguir meus passos [os da sabedoria] negue a si mesmo [negue-se a caminhar sem a verdade, negue-se ao passageiro] tome a cruz diária [aceite suas dores] e venha.”

E um final esplendorosamente incrível. Uma conversa entre aquele que quis dominar o Universo e o próprio Dono do Universo:

- Deus, por que não quisestes ser meu?

- Porque você não acreditou em si mesmo.

Uma resposta plausível e grandiosa, pois, em um momento em que todos esperam: - Eu sou o Senhor, não posso me submeter a nenhum mortal! Todos escutam uma simples resposta, resposta qual que arremata uma atitude completamente alcançável ao homem. Alcançar Deus inicia-se na própria creditação. Acreditar é chave da Sabedoria, do próprio Criador, que tão de perto quer estar, e que em nossas mentes imaginativas tão longe está.

Se você tem algum tempo, perca-o, ou melhor, ganhe-o com esse Anime, serão trinta minutos para cada episódio, entretanto vale a pena parar para ver essas lições de guerra, se forem ser vistas com os óculos da reflexão. (Arthur Leandro)

“Nós, humanos, somos bem mais fracos que vocês homúnculos, mas mesmo assim, por mais obstáculos que encontremos, por mais que fiquemos desanimados, confusos ou prestes a desmoronar não deixamos de avançar, as pessoas ao nosso redor nos fazem levantar. São esses humanos que você tanto inveja” (Edward Elric – Fullmetal Alchemist Brothehood Ep 54)

“Aprender uma lição sem dor não tem significado, isso por que as pessoas não conseguem obter nada sem sacrificar alguma coisa, mas quando elas superam as dificuldades e conseguem o que querem as pessoas conquistam um coração forte que não perde para nada. É! Um coração forte como aço” (Edward Eltic – Fullmetal Alchemist Brotherhood Ep 64)

Leandro Santtos
Enviado por Leandro Santtos em 04/04/2014
Código do texto: T4756003
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