* A morte de Santiago Ilídio Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, atingido por um rojão enquanto cobria um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio na última quinta-feira, me deixou muito inquieto.
Senti que precisava comentar o fato.
Percebi que era importante dizer algo sobre o tema, porém confesso aos senhores não encontrar as palavras exatas para expressar uma opinião útil e interessante.
Geralmente habilidoso quando escrevo, conseguindo fácil brincar com as idéias que desenvolvo, dessa vez fiquei travado diante da ocorrência.
Afinal de contas, aconteceu uma tragédia.
Trabalhando com dedicação e esmero, objetivando apenas cumprir seu compromisso profissional, a irracionalidade, que faz parte da violência, encerrou todas as ações de um grande cidadão.
O que eu poderia dizer?
Como evitar ser leviano?
Quais frases oferecer comentando uma morte tão estúpida?
* Em 25/06/2013 eu fiz uma análise sobre o vandalismo o qual passou a acompanhar as manifestações populares que invadiram o país.
Relendo esse texto, notei que o mesmo ainda está bastante atual.
Vou deixar o link para que vocês gentilmente confiram.
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/4357118
Há uma observação, presente no artigo, que vale a pena não esquecer.
Somos pessoas violentas.
A violência parece estimular o sangue que circula nas nossas veias.
Enfim, não faz sentido imaginar manifestações totalmente pacíficas.
Não podemos, entretanto, aceitar o fato que hoje tanto lamentamos.
Aquele rojão não era pra existir.
A morte do cinegrafista não foi uma fatalidade.
Ela aconteceu porque houve um ato criminoso funesto.
E agora?
Os protestos dos jovens acabarão?
A sociedade ficará desconfiada demais?
Crescerá a antipatia relacionada às manifestações?
Infelizmente a força das reivindicações ficou comprometida.
Elas não cessarão, porém talvez enfraqueçam bastante.
* Meus queridos, eu recordo muito bem uma outra quinta-feira.
Em 20 de junho, no ano passado, os senadores estavam acuados.
Discutiam como conter a indignação lá fora a qual dominava o Brasil.
A Globo foi forçada a mostrar as manifestações avassaladoras durante horas, alterando a programação habitual.
Ficava no ar a grande pergunta:
“Amanhã, sexta-feira, chegou a nossa vez?”
O dia seguinte prometia ser inesquecível e adentrar a História.
Aquela quinta foi fantástica e deslumbrante, no entanto, frustrando as melhores expectativas, não houve a sexta que sonhei.
O Movimento Passe Livre anunciou à noite que estava satisfeito com a diminuição da tarifa de ônibus.
Eles disseram que não comandariam passeatas na sexta.
Percebam bem!
O MPL segurava firme a faca e o queijo nas mãos, contudo, certamente manipulados, os canalhas recuaram.
Era o momento de incendiar (no ótimo sentido) o país, mas os safados pisaram no freio.
Nesse ato mesquinho, covarde e rasteiro, eles assassinaram a revolução tão possível de concretizar.
Como eu queria que, naquela sexta, a turma do Passe Livre, contando com o apoio das multidões as quais já estavam nas ruas, continuassem reivindicando, protestando, cobrando um Brasil melhor!
Ah! Como eu queria!
Depois disso começamos a assistir gradativamente protestos aqui e ali, mas não era mais um grito único de todos os brasileiros.
Vieram as manobras de Dilma.
A indiferença dos bandidos políticos passou a prevalecer.
Os vândalos conquistaram as capas dos jornais.
A TV insistiu destacando cada vez mais apenas os arruaceiros.
A seleção desviou a atenção ganhando a competição.
Várias pessoas cansaram do tema (preferiram ver a novela).
* Chegamos ao momento atual.
Existindo protestos, os vândalos aparecem antes, durante e depois.
Não interessa mostrar os absurdos do governo brasileiro.
Não é importante destacar o fato que gera a manifestação.
Nada disso merece ser ressaltado.
Os confrontos, os abusos da polícia e, principalmente, os atos criminosos dos denominados vândalos são repetidos o tempo todo.
* O Brasil continua com uma péssima Educação, uma Saúde precária, a população permanece desrespeitada, a mão de obra qualificada está desaparecendo, a próxima Copa nunca poderia ser aqui, a violência vem sendo assustadora, as drogas perturbam diversas mentes...
Há muita coisa que desperta a revolta.
O País das Maravilhas não existe!
* Para terminar, eu faço agora uma pausa fundamental, pois desejo demais homenagear o nobre cinegrafista Santiago.
Estimado pelos seus colegas, uma pessoa carismática e agradável, ele merece que pensemos nele com carinho e admiração.
Que Deus tome conta da sua alma!
Um abraço!
Senti que precisava comentar o fato.
Percebi que era importante dizer algo sobre o tema, porém confesso aos senhores não encontrar as palavras exatas para expressar uma opinião útil e interessante.
Geralmente habilidoso quando escrevo, conseguindo fácil brincar com as idéias que desenvolvo, dessa vez fiquei travado diante da ocorrência.
Afinal de contas, aconteceu uma tragédia.
Trabalhando com dedicação e esmero, objetivando apenas cumprir seu compromisso profissional, a irracionalidade, que faz parte da violência, encerrou todas as ações de um grande cidadão.
O que eu poderia dizer?
Como evitar ser leviano?
Quais frases oferecer comentando uma morte tão estúpida?
* Em 25/06/2013 eu fiz uma análise sobre o vandalismo o qual passou a acompanhar as manifestações populares que invadiram o país.
Relendo esse texto, notei que o mesmo ainda está bastante atual.
Vou deixar o link para que vocês gentilmente confiram.
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/4357118
Há uma observação, presente no artigo, que vale a pena não esquecer.
Somos pessoas violentas.
A violência parece estimular o sangue que circula nas nossas veias.
Enfim, não faz sentido imaginar manifestações totalmente pacíficas.
Não podemos, entretanto, aceitar o fato que hoje tanto lamentamos.
Aquele rojão não era pra existir.
A morte do cinegrafista não foi uma fatalidade.
Ela aconteceu porque houve um ato criminoso funesto.
E agora?
Os protestos dos jovens acabarão?
A sociedade ficará desconfiada demais?
Crescerá a antipatia relacionada às manifestações?
Infelizmente a força das reivindicações ficou comprometida.
Elas não cessarão, porém talvez enfraqueçam bastante.
* Meus queridos, eu recordo muito bem uma outra quinta-feira.
Em 20 de junho, no ano passado, os senadores estavam acuados.
Discutiam como conter a indignação lá fora a qual dominava o Brasil.
A Globo foi forçada a mostrar as manifestações avassaladoras durante horas, alterando a programação habitual.
Ficava no ar a grande pergunta:
“Amanhã, sexta-feira, chegou a nossa vez?”
O dia seguinte prometia ser inesquecível e adentrar a História.
Aquela quinta foi fantástica e deslumbrante, no entanto, frustrando as melhores expectativas, não houve a sexta que sonhei.
O Movimento Passe Livre anunciou à noite que estava satisfeito com a diminuição da tarifa de ônibus.
Eles disseram que não comandariam passeatas na sexta.
Percebam bem!
O MPL segurava firme a faca e o queijo nas mãos, contudo, certamente manipulados, os canalhas recuaram.
Era o momento de incendiar (no ótimo sentido) o país, mas os safados pisaram no freio.
Nesse ato mesquinho, covarde e rasteiro, eles assassinaram a revolução tão possível de concretizar.
Como eu queria que, naquela sexta, a turma do Passe Livre, contando com o apoio das multidões as quais já estavam nas ruas, continuassem reivindicando, protestando, cobrando um Brasil melhor!
Ah! Como eu queria!
Depois disso começamos a assistir gradativamente protestos aqui e ali, mas não era mais um grito único de todos os brasileiros.
Vieram as manobras de Dilma.
A indiferença dos bandidos políticos passou a prevalecer.
Os vândalos conquistaram as capas dos jornais.
A TV insistiu destacando cada vez mais apenas os arruaceiros.
A seleção desviou a atenção ganhando a competição.
Várias pessoas cansaram do tema (preferiram ver a novela).
* Chegamos ao momento atual.
Existindo protestos, os vândalos aparecem antes, durante e depois.
Não interessa mostrar os absurdos do governo brasileiro.
Não é importante destacar o fato que gera a manifestação.
Nada disso merece ser ressaltado.
Os confrontos, os abusos da polícia e, principalmente, os atos criminosos dos denominados vândalos são repetidos o tempo todo.
* O Brasil continua com uma péssima Educação, uma Saúde precária, a população permanece desrespeitada, a mão de obra qualificada está desaparecendo, a próxima Copa nunca poderia ser aqui, a violência vem sendo assustadora, as drogas perturbam diversas mentes...
Há muita coisa que desperta a revolta.
O País das Maravilhas não existe!
* Para terminar, eu faço agora uma pausa fundamental, pois desejo demais homenagear o nobre cinegrafista Santiago.
Estimado pelos seus colegas, uma pessoa carismática e agradável, ele merece que pensemos nele com carinho e admiração.
Que Deus tome conta da sua alma!
Um abraço!