Mais um “DIA INTERNACIONAL DA MULHER”. Tão fortes e ao mesmo tempo frágeis.
Ontem estive a olhar pra minha mãe quando fazia suas orações. Ela nunca se esqueceu de orar, mesmo enquanto cansada de tanto correr dentro de casa; do fogão para o tanque, do tanque até a vassoura, de repente à agulha, da agulha para dar de mamar e de novo para o fogão. E me perguntava: Como ela dar conta? E mesmo agora, quando a vejo, parece que está sempre sorrindo como se nada a tivesse cansado. Quando verifico na agenda o que tenho que fazer no dia-a-dia, ela me esnoba sacudindo a cabeça. Não entende que minha correria não é somente em casa; o campo cresceu a se perder de vista. Abraço tantas coisas ao mesmo tempo, que até já me chamei de ‘mulher polvo’ e ainda procuro solução para adaptar mais alguns braços. E quando chega o fim do dia, nem acredito que minhas mãos ainda têm forças para se erguerem também em oração. Mesmo correndo ainda mais que minha mãe, sou feliz por isso. A força que nos sustenta veio delas, de nossas antecedentes mulheres; daqueles tempos difíceis, sem tecnologias que as ajudassem a serem multifuncionais. Somos fortes! Alegro-me por ser mulher e tantas coisas me deixam feliz. Somos frágeis e entristeço-me quando vejo, mesmo diante de tanta evolução, algumas parceiras serem mortas, esquartejadas e servindo de alimento para cães. Porque a moeda parece valer mais que a vida. Indefesas. Frágeis quando ainda são vistas como propriedades, sem direito de escolherem a forma que devem seguir. Sem direito de desistir de uma escolha mal feita; de um ato cometido no calor da paixão. Têm culpados e culpados, não há dúvidas. Mas a boca que diz sim, também diz não, e a violência nunca é o melhor caminho.
Nossas lutas, nossas vitórias lá fora; nossas lutas e nossas vitórias no lar. Somos guerreiras e nossas armas não estão na beleza; estão escondidas num cerne difícil de descascar, e estamos espalhadas por todos os cantos para quem queira, ou pelo menos ouse tentar.
Nossas lutas, nossas vitórias lá fora; nossas lutas e nossas vitórias no lar. Somos guerreiras e nossas armas não estão na beleza; estão escondidas num cerne difícil de descascar, e estamos espalhadas por todos os cantos para quem queira, ou pelo menos ouse tentar.