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JUVENAL GALENO¹
JUVENAL GALENO¹
“Minha jangada de vela,
Que vento queres levar?
De dia vento de terra,
De noite vento do mar?”
(Juvenal Galeno)
Que vento queres levar?
De dia vento de terra,
De noite vento do mar?”
(Juvenal Galeno)
Dos nossos poetas,
o mais popular,
Juvenal Galeno,
em momento pleno,
eu venho saudar.
Verve polimorfa,
cultivou política,
peças teatrais,
como ninguém mais,
com visão bem crítica.
Lendas escrevendo,
bem cantou canções
em linguagem terna,
que se fez eterna,
cheia de emoções.
E empunhando lira
das mais populares,
cavalgou jangadas,
ganhou as calçadas,
velejou nos mares.
No folclore é
o bom sem lorota,
só ficando aquém
deste grande alguém,
o excelso Leota².
Juvenal Galeno,
um padeiro-mor
das gentes cearenses,
com muitos pertences,
és bardo maior.
Tu foste um Mecenas,
grande hospitaleiro,
pois a Casa³ abriste,
dando trigo, alpiste,
ao Ceará inteiro.
Nestas redondilhas,
nobre Juvenal,
eu a ti saúdo
e disto não mudo
– te acendo um fanal.
Fort., 15/11/2012.
- - - - -
¹ Juvenal Galeno (1836-1931), poeta cearense de profunda inspiração social, contista, folclorista e dramaturgo.
No Rio, privou da amizade de intelectuais da envergadura de Paula Brito, Machado de Assis, Quintino Bocaiúva e Joaquim Manuel de Macedo, entre tantos outros.
Dentre as obras marcantes, publicou Prelúdios Poéticos (1856, marco do romantismo cearense), A Machadada, Quem com ferro fere, com ferro será ferido (comédia), A Porangaba (poema indianista), Lendas e Canções Populares (ápice de sua maturidade poética), Canções da Escola, Cenas Populares (primeiro livro cearense de contos), Lira Cearense, Folhetins de Silvanus, Medicina Caseira e Cantigas Populares.
Pertenceu à Padaria Espiritual, movimente revel de 1892, em Fortaleza, que se antecipa à fundação da Academia Brasileira de Letras.
Um dos fundadores do Instituto do Ceará (1887) e diretor da Biblioteca Pública do Estado. Telúrico e perene anfitrião na Casa de Juvenal Galeno, até hoje em atividades literárias, mantida às duras penas pelos (dele) últimos descendentes, no coração da Capital fortalezense.
² Leota. Apelido carinhoso que os amigos deram a Leonardo Mota (1891-1948), jornalista e escritor cearense, um dos maiores e melhores estudiosos do folclore nacional. Autor, entre outros, de Cantadores (Poesia e linguagem do sertão cearense), Violeiros do Norte (Poesia e linguagem do sertão nordestino), Sertão Alegre (Idem), No Tempo de Lampião e Adagiário Brasileiro (este contendo farto glossário de termos populares e expressões idiomáticas).
³ Casa. Alusão à Casa de Juvenal Galeno, já citada na NOTA (1), Atualmente ainda é ponto de abrigo para veteranos e jovens escritores alencarinos.
o mais popular,
Juvenal Galeno,
em momento pleno,
eu venho saudar.
Verve polimorfa,
cultivou política,
peças teatrais,
como ninguém mais,
com visão bem crítica.
Lendas escrevendo,
bem cantou canções
em linguagem terna,
que se fez eterna,
cheia de emoções.
E empunhando lira
das mais populares,
cavalgou jangadas,
ganhou as calçadas,
velejou nos mares.
No folclore é
o bom sem lorota,
só ficando aquém
deste grande alguém,
o excelso Leota².
Juvenal Galeno,
um padeiro-mor
das gentes cearenses,
com muitos pertences,
és bardo maior.
Tu foste um Mecenas,
grande hospitaleiro,
pois a Casa³ abriste,
dando trigo, alpiste,
ao Ceará inteiro.
Nestas redondilhas,
nobre Juvenal,
eu a ti saúdo
e disto não mudo
– te acendo um fanal.
Fort., 15/11/2012.
- - - - -
¹ Juvenal Galeno (1836-1931), poeta cearense de profunda inspiração social, contista, folclorista e dramaturgo.
No Rio, privou da amizade de intelectuais da envergadura de Paula Brito, Machado de Assis, Quintino Bocaiúva e Joaquim Manuel de Macedo, entre tantos outros.
Dentre as obras marcantes, publicou Prelúdios Poéticos (1856, marco do romantismo cearense), A Machadada, Quem com ferro fere, com ferro será ferido (comédia), A Porangaba (poema indianista), Lendas e Canções Populares (ápice de sua maturidade poética), Canções da Escola, Cenas Populares (primeiro livro cearense de contos), Lira Cearense, Folhetins de Silvanus, Medicina Caseira e Cantigas Populares.
Pertenceu à Padaria Espiritual, movimente revel de 1892, em Fortaleza, que se antecipa à fundação da Academia Brasileira de Letras.
Um dos fundadores do Instituto do Ceará (1887) e diretor da Biblioteca Pública do Estado. Telúrico e perene anfitrião na Casa de Juvenal Galeno, até hoje em atividades literárias, mantida às duras penas pelos (dele) últimos descendentes, no coração da Capital fortalezense.
² Leota. Apelido carinhoso que os amigos deram a Leonardo Mota (1891-1948), jornalista e escritor cearense, um dos maiores e melhores estudiosos do folclore nacional. Autor, entre outros, de Cantadores (Poesia e linguagem do sertão cearense), Violeiros do Norte (Poesia e linguagem do sertão nordestino), Sertão Alegre (Idem), No Tempo de Lampião e Adagiário Brasileiro (este contendo farto glossário de termos populares e expressões idiomáticas).
³ Casa. Alusão à Casa de Juvenal Galeno, já citada na NOTA (1), Atualmente ainda é ponto de abrigo para veteranos e jovens escritores alencarinos.