“AS FILHAS QUE NÃO TIVE”.
Queria um dia poder ter filhos ou filhas,
Que fossem meus,
Não, por tê-los,
Mas, por merecê-los.
Queria um dia poder ter filhos ou filhas
Que fossem amigos,
Amados
Queridos.
Que fossem uma hora ou outra, donos de si
Mas, que em outras, fossem donos de mim,
Que fossem se construindo com o tempo
Mas, que não deixassem,
Que o tempo os concluísse.
Que fossem alegres
Com vida,
Amáveis.
Que nas suas imaturas responsabilidades
Jamais perdesse
A amizade,
E o respeito por mim.
Hoje, sou mãe.
Tenho filhas que me escutam,
Mas, às vezes obedecem.
Tenho filhas que às vezes, sou eu,
Outras, eu sou a filha.
São as melhores que já tive.
Posso chama-las de legais,
Outras, elas,
Que me chamam.
São parceiras na batalha,
São inimigas na guerra,
São mulheres mirins.
Orgulho-me de cada uma,
Cada uma, do seu jeito.
Do seu jeito, cada uma,
Tem meu jeito.
São maravilhosas,
São perdoáveis,
Essas,
São as filhas que tive, por que,
Às que não tive, as desconheço.
(J.ANGEL) Recanto das letras