NÓS EM NÓS

NÓS EM NÓS

Wilton Porto

Embora muitos achem que sou um homem inteligente, neste momento em que eu preciso escrever-lhe pela passagem do Dia dos Namorados, sinto-me um poeta insignificante, um escritor despreparado, pois a notoriedade que você alcançou no meu espírito e de tantos que a procuram em busca de uma palavra amiga, de um apoio, de uma solução de problemas, é de deixar psicólogos invejosos, preletores, boquiabertos.

Analisando que você nem sequer concluiu o primeiro ano do segundo grau, e vendo a capacidade com que hoje você está dotada, só posso afirmar ser você um espírito com uma áurea de luz, pouco comum entre os mortais deste plano de vida.

Como muitas vezes conversamos sobre a sua maneira de orientar, uma vez que sou Preletor e Terapeuta, o que a leva dividir comigo esse seu dom, além de termos uma vida marital, vejo que em muitas das suas orientações eu não faria melhor, numa demonstração de que você deve ter gravado no subconsciente experiência exemplar de psicólogos.

Admiro-me da sua capacidade de entrega. Você não pode vê um ser – humano ou não – sofrendo, que corre vibrantemente para ajudá-lo, indo até as últimas consequências para consegui-lo.

Não importa se está doente, cansada, se o dinheiro é único. Uma chama de AMOR desprende de seus poros e você acolhe conhecidos e desconhecidos, como se uma Irmã de Caridade da legião de Teresa de Calcutá.

Quantas vezes vejo brotarem dos seus olhos as lágrimas que não são suas, ou seja, a emoção de vê o sofrimento de alguém que você não sabe quem é!

Lembra a “Chana?” Quando ela estava em dor para dar cria, ficava chorando na janela do nosso quarto, avisando a necessidade de ajuda. Só você podia se aproximar e comungando da dor daquela gata. Você fazia o parto como se uma parteira dos Céus. Infelizmente Chana sumiu num período em que estava “grávida”. Consideramos que alguma pessoa tirou-lhe a vida ou morreu do parto antes de encontrar o canto do lar dela.

Sofremos!

E a Babalu?! Duas horas da manhã o telefone tocou: Bebé, aflita, pediu socorro! Babalu entrava no estado de colocar os filhos no mundo. Corremos com a cachorra para a clínica. Não esqueço nós dois balançando os filhotes pra lá e pra cá, para que pudessem ganhar oxigênio, outros estavam nascendo. Saímos de lá com o Sol balouçando os raios em nossa direção.

Não vou nem contar da Cristal, a nossa delicada cachorrinha, que morreu prematura, após lutarmos desesperadamente para salvá-la. As convulsões da cachorrinha nos levavam às lágrimas e ao pico da aflição.

A Priscila, que substituiu Cristal, é tratada (quando escrevi este texto ela estava viva) como filha, recebendo a importância de uma princesa.

Às vezes, quando você está dormindo, me pego olhando-a e agradecendo-lhe pelo Amor que me dedica, pelo esforço em agradar-me. O simples fato de dedicar-se a mim, a deixa maravilhada e feliz: AMOR, VERDADEIRO AMOR.

Você tem a sensibilidade impressionante de dizer-me “EU TE AMO!” Você é incapaz de ferir-me sem que logo arrume um meio de chegar brincando, numa demonstração já percebida de que quer desculpas, perdão.

Você é incansável. Prima realmente pela limpeza externa do seu ser e do nosso lar, fazendo valer que, o externo é o reflexo do interno.

Gosta de vestir-se impecavelmente. É manequim natural, já que possui um corpo privilegiado. E você me diz: “Visto-me para você. Este corpo é todo seu”.

Quando alguém revela: “Wilton é um homem de sorte”, automaticamente você responde: “Eu é que tenho sorte por tê-lo como meu marido”.

Você sensivelmente tem me reverenciado como centro do lar. Eleva o respeito da mulher que compreendeu o papel de esposa e se sente realizada. Isto tem feito de nossas vidas uma só vida e do aconchego um ninho do progredir infinito.

Problemas todos possuímos. Entretanto, nós os superamos com facilidade, pois somos missionários conscientes e a Providência Divina nos acorre nos conflitos mundanos. E quando em momentos de gratidão, de reflexão, tento saber se você é esposa, Anjo da Guarda, Mentor Espiritual. Só posso concluir que é tudo isso.

Talvez eu seja um daqueles espíritos difíceis de serem trabalhados, precisando de um ser de elevada luminosidade para eu aprender indispensáveis lições. Ou quem sabe? – um missionário que necessite de alguém plenipotente, para mostrar aos irmãos da nossa época, o verdadeiro caminho do BEM, DO AMOR.

Um ou outro, eu sou-lhe grato, Eliana. Grato sou a Deus, que pôs você junto de mim, ainda mais como namorada, esposa. Que os louros dos Céus não subam à sua cabeça, no linguajar humano, porque sei que uma coroa de ouro aguarda-lhe nas mãos do Creador, que dos Céus emociona-SE com os seus feitos.

Que o Amor que neste plano nos une, seja um fulcro de harmonia, um oceano de felicidade, para aqueles que não se encontraram. Que Dia 12 de junho (2002) não seja apenas mais um Dia dos Namorados, contudo a concretização no altar da nossa vida, do encontro de duas almas, que amadureceram o suficiente para merecer o reconhecimento eterno Daquele que nos enviou a este mundo para acender uma tocha de luz nos corações abandonados.

Eu não poderia ter parceria melhor, por isso, ajoelho-me aos seus pés num preito de gratidão e reverência divina, numa demonstração cônscia de que sou parte de sua parte, e de que você é parte de minha parte.

Amo-a. Beijos.

Wilton Porto

Parnaíba(PI), 12 de junho de 2002