FRAGMENTO DA HISTÓRIA JORNALÍSTICA DE ANDRADE SUCUPIRA
O texto abaixo é parte da história jornalística de Andrade Sucupira, referido em homenagem anterior, neste mesmo espaço. Haja vista ter o link onde o livro e-book estava disponível ter sido desabilitado, transcrevi o fragmento em que o saudoso escritor Andrade Sucupira é citado, em seu Estado natal, Sergipe.
Andrade Sucupira Filho - jornalista, poeta, escritor
* 2. O PROGRESSO: NOVA FASE. 1941. JOSÉ DE ANDRADE SUCUPIRA
Um período de seis anos de estagnação. “O Progresso”, em nova fase, volta a circular em 09 de março de 1941. Agora sob a direção de José de Andrade Sucupira e sob a redação de Serapião Antonio de Góes, Elpídio Meneses e Aderbal Teixeira. Este último só participou do primeiro número, enquanto os demais continuaram, até que, no n° 36, de 19 de dezembro de 1941, José de Andrade Sucupira e Serapião Antonio de Góes figuram como Diretores e aos redatores apenas o anonimato de “diversos”. Depois, no último número, 53, aparecia apenas o nome de José de Andrade Sucupira, como Diretor.
Sob o rótulo de nova fase, quiseram os restauradores da imprensa
itabaianense prestar uma homenagem ao seu fundador, dando assim o
mesmo nome ao jornal que ora faziam circular. A exceção do nome, tudo o mais era diferente, mercê agora de um trabalho em equipe, sob a chefia de José de Andrade Sucupira, principal coluna do hebdomadário.
Em lugar do slogan usado pelo Dr. João de Deus Teixeira, “Tudo por um
Brasil grande – tudo pela grandeza de Sergipe”, optaram os restauradores pela definição do jornal, através dos termos “Literário e Noticioso”, acrescentando “Humorístico” a partir do segundo número. Novas perspectivas foram abertas nas páginas de “O Progresso” e nelas foi dado oportunidade a inúmeras pessoas de publicarem crônicas e poesias, participando assim por diversas vezes o nome de José Sampaio, Sebrão, sobrinho, Maria Thétis Nunes, Lindolfo Campos Sobrinho, José Calazans, Almir Santos, Austrogésilo Santana Porto, além da presença constante de José de Andrade Sucupira, Serapião Antonio de Góes e Elpídio Francisco Meneses, entre outros.
O primeiro número de “O Progresso”, em nova fase, circulava a 9 de março de 1941. Na primeira página sob o título “No limiar dos acontecimentos”, espécie de editorial, “O Progresso” se definia:
“(...) o jornal que nas mãos tendes, filho de Itabaiana, quer colaborar
convosco e com os poderes constituídos, na arena intelectual, no glorioso afan de reconstituir. Nascido nesta cidade, cabe-lhe o supremo direito de gravar no mármore do tempo e no livro da história as emoções e atividades dos seus filhos que lutam e tombam. Foi feito para vós. É da nossa ação que depende a supremacia do seu progresso.”
Saiu ininterruptamente aos domingos, até o dia 31 de julho de 1942,
número 53, último. A partir daí o nome Itabaiana desapareceu do
expediente do Jornal, José de Andrade Sucupira, por motivos de
transferência de seu emprego, passou a residir em Aracaju, e “O
Progresso” inicia sua terceira e última fase, agora como órgão da
Associação Sergipana de Imprensa, com sede em Aracaju.
Cinqüenta e três números, portanto, sendo que o último foi totalmente
dedicado a EPMAS, constituem a vida de “O Progresso”, cuja redação
ficava situada à rua Augusto Maynard, 6. Pelos números circulados, pode-se ter uma visão mais ou menos estruturada da vida social, política e administrativa da cidade, os vultos importantes da época, a relação das casas comerciais, a capacidade de trabalho e sobretudo o desprendimento de uma plêiade de jovens, liderados por José de Andrade Sucupira, entre outras coisas.
* Trecho transcrito do Livro de autoria de Vladimir Souza Carvalho: SANTAS ALMAS DE ITABAIANA GRANDE - Edições O SERRANO Itabaiana – 1973 - Sergipe