A MINHA INICIAÇÃO NO ESPIRITISMO
A MINHA INICIAÇÃO NO ESPRITISMO
Era um belo dia de sábado na minha encantadora São Luís. A aurora vinha raiando; iniciava-se a movimentação das pessoas pelas ruas do nosso bairro. De quando em vez, ouvia-se o roncar dos motores dos automóveis ora nesta, ora naquela rua. Encontrava-me eu, sentado em uma calçada em frente a casa e a tudo observava. As plantas pareciam que naquele belo e auspicioso momento, saudavam o ressurgir do astro rei pela sua magnanimidade, pelos seus dourados emitidos sobre a face do globo.
A manhã correu sem outras observações; a tarde já se tinha iniciado e às quatorze horas minha querida mãe aprontava-se para sair e, num momento brusco, perguntei:
- Mãe, aonde vai a senhora?
E ela respondeu.
- Vou ao centro espírita. Bem aqui próximo à empresa Timbira tem um que se chama ”Olhar de Maria”; por que você não vai lá?
- Hoje não mãe, outro dia. Hoje irei ao cinema.
Minha mãe saiu; minutos após eu estava pronto para o passeio. Sem entender o porque, me sentir impulsionado a passar pelo centro espírita, simplesmente para ver onde ficava. Chegando lá, a reunião já havia começado. Eu, naturalmente, não entrei fiquei à janela observando. Havia uma moça pregando o que me impressionou foi a sua juventude e emocionante maneira de falar. Suas palavras me deixaram tão sensibilizado que senti uma enorme vontade de entrar e acabei entrando.
Tudo silêncio. Ressoava apenas aquelas lindas palavras que me tocaram o coração. Sentir-me; ao olhar aquela jovem, veio a seguinte frase em meu pensamento:
“Conheço aquela moça não sei de onde”. Para o meu espanto acabei não indo ao cinema e a reunião foi encerrada; rumamos para casa eu e minha mãe.
Uns quatro dias depois, absorto em meus devaneios, certifiquei-me de que aquela foi a primeira vez que vi aquela moça, cujo nome é Laize com quem tenho aprendido muito.
Passei a frequentar o centro assiduamente; conhecendo melhor um pouco da doutrina espírita, conclui que já conhecia realmente Laize, não daqui desta vida, mas de outras vidas, de outras encarnações. Por isso a reconheci imediatamente naquela tarde e, hoje estamos rumando o mesmo caminho espiritual que, certamente, prometemos seguir antes que aqui chegássemos.
Rubem Pereira