Pobre Leocádia!
Nem sempre o que se vê reflete a verdade!
Numa fúria cega entre o ódio e à traição...
Uma mulher possuída pelo orgulho ferido,
Ao sorver amargor e rancor desmedido!
Por uma atitude insana e cruel arquitetou um plano:
Dar cabo da jovem donzela que vivia sua querela...
Que humilde descia todos os dias à ladeira...
Ridente, cabelos ao vento...e sua sina... esperar!
Por não compreender à luxúria do mundo...
Foi levada ao vale da morte! Pobre donzela!
Brutalmente assassinada, esquartejada...
Por mãos desgraçadas... e sangrentas!
Quem sem dó ou piedade, arremeçara-na ao fosso...
Jogando sobre às águas escuras nos veios das pedras,
E, como prova descabida, a vil senhora, uma prova pediu:
Os seios ardentes da bela jovem; e seu intento cumprir!
Numa urdidura mordaz com os seios em suas mãos,
Transformou-os em alimento preparado, contumaz...
Oferecendo ao seu homem... que sorvera inocente...
Se fartou, labusou-se da iguaria fatídica naquele tarde!
Porém, a monstruosa megera: gritava aos quatro ventos:
-- Coma desgraçado... Os belos seios da sua Leocádia!...
Que hora funérea repousa nas gretas e veios das pedras!
Baseado em uma história real:
Uma Jovem foi assassinada ...a mando da senhora,
Dona Raquel, na fazenda Carnaíba de Dentro,
Nos anos de 1890 - Guanambi-Ba;
O local do crime...trasformou-se em símbolo de peregrinação...
Homenagem e culto... pela alma da jovem... inocente donzela,
considerada "santa" pelo povo da região -
Santa Leocádia!