VÓ LIETE
Doutora proeminente, emigrou do Paraná... Eta! Mulher versada!
Mulher de descendência europeia, ela era muito bem capacitada
Em Uberaba chegou, pra mais um espaço conquistar!
Essa Curitibana sabia mesmo como administrar...
De pulso firme e arrojado, mostrou pra que veio
Mas o que ficou mais em evidência...
Foi sua admirável capacidade e competência
Nunca foi subjugada pelo preconceito machista alheio
Jamais imaginaria; que naquele balcão de ótica, muito eu iria aprender
Descortinar o véu de minha ignorância, pra vislumbrar a magia do intelecto-saber
Pois, ela dominava as artes do bom-gosto e refinada cultura
Sua inteligência, perpassava a nobreza da música clássica e da boa literatura
É! Dona Liete, abristes as portas, e demonstraste-me as maravilhas do mundo...
Fizeste com que este simples rapaz receoso do futuro; enxergasse a verdade a fundo!
Tornaste um homem! Talvez, não sábio como ti, mas também um apreciador da lógica e da retórica
Capaz, de transpor barreiras antes inimagináveis, a um menino, até então, sem visão filosófica
A considerava minha terceira avó, com muita honra...
Como sou oriundo de família pobre e muito simplória
Nunca imaginaria antes... poder galgar tanta glória!
E saborear a nobreza do ser; da conquista motivadora, do carinho e da ternura
Essa era sim, minha avó-de-consideração!...
Demasiadamente, me ensinou a ver a vida com muita emoção!
Neste mar de novidades intelectuais; naveguei com muito entusiasmo
Sobre essas montanhas da boa-conduta, sobrevoei com muito trabalho; nunca a esmo!
É! Vó-Liete, agradeço-lhe tudo que apendi... agradeço, a inserção nesse mundo novo!
Agradeço, a magistral arte do conhecimento, da oratória e da escrita; pois hoje transcrevo...
Sou grato; por ter assimilado sua garra e determinação, e por ter aprendido os seus ideais...
Obrigado! Minha gratidão é vitalícia; pois, esquecer de ti, jamais!...
Agradeço-lhe por tudo! Por, ter-me ensinado com graça... a viver!
És; e sempre será, minha avó, minha mestra, minha mentora e Amiga...
Pra sempre, vou cumprir-te a promessa antiga
De nunca parar de Escrever!...