Amy Winehouse – Back to black – final

 

Infelizmente não soube pelos meios de comunicação, a notícia aconteceu durante um jantarzinho entre amigos onde sempre surge aquela notícia polêmicas, perfeita para discussões.
Não foi diferente quando alguém contou que aquela cantora inglesa, uma doidona que recentemente veio ao Brasil morreu naquela manhã...de overdose, claro!mas era um fim esperado, lógico!se cantava bem?ultimamente a coitada só passava vexames, era o que todos diziam!.

E foi neste momento que a ficha caiu, até então, eu estava distraída e só me dei conta quando ouvi o nome, custei a aceitar e perguntei duas, três vezes, porque não queria acreditar que havia perdido minha cantora inspiração de tantos textos.
Se o dia esta complicado, as ideias turvas e os textos pedindo uma dose de introspecção, Amy era perfeita.

 

Cada um tem seu ídolo, eu amo aquele timbre forte e não vou usar o passado porque quando a gente gosta, é para sempre, independente dela saber da minha existência ou não. Como fã prefiro cultivar a certeza que Amy levou os aplausos, emoções, admiração de muitas vidas espalhadas mundo afora.

Através da música e da sua voz, ela atravessou barreiras, percorreu continentes, tocou corações, provocou reações e foi amada pelo seu potencial e talento. É desta forma que eu vou lembrar, é assim que vai ser e não quero ouvir ninguém que nunca escutou Amy, falar sobre ela como se a conhecesse. Meu pedido: ouça primeiro e depois critique ou nem se dê ao trabalho, porque não vai acrescentar nada, mas quem prestar atenção nas letras de algumas canções talvez compreenda, enxergue o ser humano que se escondia nas sombras do vício.

 

Penso em quantas vezes li os prognósticos sombrios, as apostas sinistras e profecias do até quando vai durar tanta doideira. Sinceramente, torci muito por uma reviravolta que não aconteceu, apesar de admirar o ar nostálgico e dramático, também adorava as risadas e molecagens de Amy.

Para me consolar, criei uma versão, meio ''Nosso Lar'' em que aquela menina nasceu fora de época, ou renasceu cheia de lembranças do passado, precisando viver uma realidade onde não se enquadrava e por isso mesmo, existiu o suficiente para cantar a dor de quem passou a vida afundando e perdendo as rédeas do destino, até sucumbir de vez e voltar para os anos cinquenta celeste.

 

Algumas vezes o excesso de imaginação opera loucuras, de qualquer forma a memória brinca com centenas de imagens, fragmentos de clips se misturam compondo uma telona e lá está Amy de salto alto e vestido tomara que caia. Cinturinha bem marcada e cabelo armado, peruca sobreposta, muito rímel e delineador e aquela boca imensa pintada de vermelho em um sorriso provocante.

Neste vídeo ela caminha exibindo as pernas longas, está leve e feliz como nunca, solta o vozeirão e brinda o público com uma performance inesquecível. Na hora do bis, as luzes diminuem, os músicos dançarinos acompanham e fazem um som diferente. Finalmente reconheço ''back to black'' num sussurro e assisto a dona daquela voz única atravessar o palco deixando a cena de mansinho.

E eu me despeço desejando que ela encontre a paz que não conseguiu por estas bandas, vou sentir muita falta de tudo que ela deixou de escrever, dos shows que jamais irei assistir, da vitória que eu adoraria ter comemorado. De tudo um pouco, muito além do limite, Amy Winehouse tragou a vida em goles cada vez mais intensos, nunca se preocupou com a ressaca nem mediu consequências. Ela era assim...única. Amy.

 

 

The end.

Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 01/08/2011
Reeditado em 26/12/2016
Código do texto: T3132770
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