O segundo casamento de João Cândido Xavier deu-se em novembro de 1915 –        dois meses após a morte de Maria João de Deus: pela revisão do livro de                  Ramiro      Gama, feita pelo próprio Chico Xavier no ano de 1954, e publicado em      primeira            edição no ano de 1955 sob o título Lindos Casos de Chico                   Xavier, se houvessem        erros de informação o próprio médium teria corrigido     com o autor.

Nos dezesseis anos do segundo casamento de João Cândido Xavier com Cidália Batista Xavier renasceram seis filhos, respectivamente:

-André Luís Xavier nasceu em 27 de dezembro de 1917; em 1943 André casou-se com Edith Malaquias e foram pais de Ademir (Xavier) e Ângela (Xavier); com a profissão de livreiro, faleceu na cidade de São Paulo onde morou até 22 de novembro de 2009.

Rafael Américo Ranieri, à página 39 de seu livro Recordações de Chico Xavier, André Luís Xavier quando ainda moço: "bigode preto e cabelo ligeiramente ondulado, cortado à antiga. [...] Não era muito alto. [...] Dentes perfeitos e claros. Sorriso amigo e luminoso. [...] ajudava o Chico nas reuniões mediúnicas. Recebia receituário. [...] Parece que ajudava-o na correspondência e na remessa de receitas pelo correio. [...] Magro, ossudo, passo rápido. Sempre com duas blusas, ou seja, uma camisa e uma blusa. Não parava muito para conversar. Um sorriso, um aperto de mão e lá ia ele de novo, apressado. [...] Dava a idéia de que estava sempre atarefado, providenciando a solução ou a execução de algo. [...] Era boa alma."

De André Luís um determinado espírito tomou o nome emprestado para assinar suas obras psicografadas por Chico Xavier: fato relevante, relatado por André, é ter Chico psicografado em sua casa os livros Caminho, Verdade e Vida (no ano de 1948), Vinha de Luz (no ano de 1951) e Fonte Viva (no ano de 1956).

André Luís desdobrava-se para ajudar Chico Xavier; casado, morava de aluguel numa casa simples com piso de tijolos, na rua São Sebastião, conhecida pelo nome de rua Quebra Nariz;  tinha uma "quitanda de verduras": Chico era o seu maior freguês. Posteriormente, Antônio Sampaio deu-lhe um terreno no qual construiu casa própria.

-Lucília Xavier, casada em 31 de dezembro de 1947 com Waldemar Batista Silva (conhecido por Pacheco) passou a chamar-se Lucília Xavier Silva e foram pais de Wagner (Xavier Silva) e Pablo (Xavier Silva).

Lucília e seu esposo eram católicos e por um tempo Chico Xavier residiu na casa deles em Pedro Leopoldo até ser "convidado" por eles próprios a retirar-se da casa da irmã (por parte de pai)  e do seu esposo.

Pacheco, o esposo de Lucília, era funcionário da FEPASA e o casal morava em Pedro Leopoldo; extremamente católico, usava um crucifixo no peito.

-Neusa Xavier, casada com Adalberto Leroy, passou a chamar-se Neusa Xavier Leroy e foram pais de Paulo Estevão (Xavier Leroy) e Cidália (Xavier Leroy). O casal e filhos moravam em Sete Lagoas (Minas Gerais) e Adalberto era funcionário da FEPASA; adoentada, o próprio Chico pede ao cunhado Adalberto para levá-la para Pedro Leopoldo, ficando na casa de Lucília e seu esposo Pacheco.

Neusa Xavier Leroy faleceu em 1951: sua morte foi anunciada a Chico Xavier pelo espírito Cidália Batista que acompanhou diretamente os últimos dias da filha no corpo e estando presente no instante do passamento.

Neusa e Dália trabalharam na Fábrica de Tecidos de Pedro Leopoldo: saíam do trabalho às zero horas.

-Cidália Xavier, apelidada de Dália, nasceu em 1924; casada com Francisco Teixeira Carvalho (apelidado de Chiquinho) passou a chamar-se Cidália Xavier de Carvalho e foram pais de Mary Rose (Xavier de Carvalho) e Willer (Xavier de Carvalho).

Chiquinho era chefe de turno na Fábrica de Tecidos de Pedro Leopoldo: casal e filhos moravam igualmente em Pedro Leopoldo.

-Doralice Xavier, apelidada de Dóris ou Dorinha, permaneceu solteira e morava com a irmã Lucília em Pedro Leopoldo: era semiparalítica.

Em 1951, Doralice (e, também Pacheco, Lucília, Chico) foi testemunha da morte de Neusa Xavier Leroy.

-João Cândido Xavier Filho permaneceu solteiro e era chamado de Joãozinho.

Cidália Xavier de Carvalho, sua irmã, afirma que João Cândido Xavier Filho era o filho caçula; em contraposição, André Luís Xavier diz que João era o terceiro filho.

João era alcoólatra e morreu vitimado por uma queda, possivelmente consequente à embriaguez.

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Na totalidade dos filhos e filhas do primeiro e do segundo casamento, João Cândido Xavier foi pai de dez mulheres e cinco homens, nascidos vivos.

Fred Jorge, em seu livro Chico Xavier – sua verdadeira história e publicado em 1972, é o único a referir-se que o casal João Cândido e Cidália tiveram mais quatro filhos, porém morreram: talvez a referência única se deva ao fato de que os quatro filhos não chegaram a nascer ou nasceram mortos.

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Depois da venerável Maria de (São José de) Deus, Cidália Batista Xavier é o espírito a quem Chico Xavier diz ser o maior devedor: o médium confessa ter sido o anjo bom Cidália quem o resgatou do abismo, depois do qual jamais teve “aconchego de colo de mãe”; o médium ainda reafirma que, em sua desencarnação, desejaria encontrar primeiramente esses dois espíritos por ele venerados, a venerável Maria João de Deus e o anjo bom Cidália Batista Xavier.

Ratificando algumas das ações centrais de Cidália Batista Xavier para a reorganização da família Xavier, tem-se:

- retomada dos filhos de Maria de Deus e João Cândido Xavier, com encaminhamento de todos para os estudos primários;

- mãe confessora de Chico Xavier em suas visões e audições de espíritos;

- apresentação de Chico Xavier ao padre Sebastião Scarzello;

- aceitação de encaminhamento de Chico Xavier ao seu primeiro trabalho como estratégia para dissuadir João Cândido de interná-lo em hospício.

O casamento de João Cândido e Cidália Batista durou até a sua desencarnação em abril de 1931, vitimada por pneumonia.

A primeira aparição do espírito de Cidália Batista a Chico Xavier deu-se espontaneamente, anos após sua desencarnação: o próprio médium teria estranhado a “ausência” de Cidália, após o desencarne, entre os vários espíritos de seu Mandato Mediúnico, seja por manifestações escritas ou por clarividência.

Ramiro Gama, em Lindos Casos de Chico Xavier, registra que certa noite e numa reunião íntima, o médium vê e ouve Cidália Batista: seu espírito luminoso desperta em Chico Xavier comoção e lágrimas.

No diálogo estabelecido, em tom confidencial, Cidália Batista notifica ao filho de sua alegria por sabê-lo desempenhando seu Mandato Mediúnico, sob a proteção direta do espírito Emmanuel, justifica sua demora em fazer-se notada e esclarece o motivo de sua presença: viera para preparar a família diante da desencarnação iminente de uma de suas filhas, já casada e residente em Sete Lagoas – Minas Gerais, Neusa Xavier Leroy.

Embora não revelando de quem se tratava, o espírito Cidália Batista diz a Chico Xavier ter a permissão para permanecer junto aos seus familiares por alguns dias até se consumar a desencarnação de ente querido e recebê-lo na Espiritualidade.

Chico Xavier anuncia a aparição de Cidália e a breve desencarnação de alguém da família.

Alguns dias depois da revelação, os familiares recebem notícia de que Neusa Xavier Leroy passava por um processo de adoecimento, supostamente não grave: anteriormente avisado pelo espírito Cidália, o médium intui a gravidade do adoecimento e intervém junto ao esposo de Neusa para que a mesma fosse para Pedro Leopoldo a fim de que seus irmãos cuidassem dela.

Chico Xavier sente a desencarnação próxima de sua irmã paterna, numa determinada tarde do ano de 1951; alguns familiares reúnem-se para as preces costumeiras diante do leito de Neusa adoentada com problema não detectado no baço: todos se surpreendem com a chuva de pétalas de rosas materializadas sobre o leito da enferma.

Na manhã seguinte à prece e ao fato mediúnico das pétalas de rosas, o espírito Cidália Batista novamente se faz visível a Chico Xavier e notifica-lhe que Neusa desencarnará e, por isso, está ali presente.

Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 19/06/2011
Reeditado em 19/08/2012
Código do texto: T3044037
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