Meu Pai, um Bandeirante
Hoje, primeiro de janeiro de dois mil e seis, é aniversário de meu pai.
Eu sempre tive vontade de escrever algo sobre ele. Eis a oportunidade.
Quero dizer que sempre admirei o modo tão surpreendente vivido por ele. Gostava de cantar e o fazia muito bem. Casa Branca da Serra, Saudades de Matão ,Casinha Pequenina, eram as músicas que sempre cantava ao pegar o violão .
Além do violão, tocava bandolim, flauta, gaita,cavaquinho e pandeiro.
O dia em que estava disponível juntava as crianças vizinhas e os filhos e começava a contar estórias tais como: O bicho da folharada, Zèzinho e Mariquinha, O príncipe e a princesa, e falava sempre das mil e uma noites e noites em que Sherazade contava estórias para esticar o tempo e vencer dificuldades.
Fazia malabarismo com quatro laranjas, jogava pião e também baralho.
Era construtor : fazia casas ,fornos, fogões de barro , furava
cisterna, derrubava árvores , plantava pés de café, plantava e colhia arroz,e outros.
Por aí se vê : Meu pai foi um desbravador, um Bandeirante dos bons.
O aniversário dele era comemorado com requinte e bom gosto. Isso eu vi. Lembro-me de um, quando eu tinha dez anos: foi em Planalto. Tínhamos uma casa bonita, com pintura futurista. Minha Mãe engalanou-a com amor.
Foi comprado um barril de vinho tinto; engarrafamos tudo carinhosamente.
Teve tudo do bom e melhor: leitoa assada,frango de todo jeito , macarronada, arroz de forno, sobre-mesa de pudim quero-mais e salada de frutas deliciosas.
Os convidados foram os amigos mais chegados, dentre eles, o senhor Pinga-Fogo. Esse, por sinal, era contador de anedotas para animar a festa e os convidados.
Esse dia foi surpreedentemente maravilhoso. Meu pai ficou muito feliz .
Depois desse dia, ele sempre cobrava outro igual, antes de morrer...
Quero dizer a todos: por isso a minha vida foi risonha e franca !!!....
Gentil