Outra Homenagem

Outro dia escrevi uma homenagem a uma amiga felicitando-a pela aprovação num mestrado. Para isso contei a história de como o criador na intenção de criar um ser perfeito dividiu o processo em duas etapas: primeiro criou o ser feminino que ficou perfeito e em seguida criou o ser masculino que saiu um verdadeiro desastre. Pois bem, escrevo este texto apenas para corroborar o que escrevi naquele outro usando como exemplo mais um espécime daquele ser perfeito que deus criou.

Na verdade esta homenagem deveria ter sido escrita antes daquela, visto que o “objeto” deste tributo sempre esteve bem perto de mim, pelo menos nos últimos oito anos. Porém, explico porque não escrevi antes: só agora percebi a importância que tem este ser não só para o mundo, mas principalmente para mim. Sendo da espécie masculina – defeituoso – isso não é novidade.

Pretendo neste texto fazer uma homenagem à grande companheira, amiga, conselheira e, lógico, amante. Esta que está sempre ao meu lado, mesmo eu estando aqui em Uberaba e ela lá em Itabuna, ela que em certos momentos difíceis de minha vida esteve comigo, ela que sempre perdoa minhas falhas, que apesar de meus grandes defeitos, não desiste de mim. Sim, este texto é dedicado à companheira Lilian, que acredito, foi enviada por aquele criador que, sabedor das falhas e defeitos do ser masculino, tratou logo de arranjar para cada um deles uma companhia feminina, para compensar as falhas.

Mas, voltando à homenagem. Lilian é do tipo tímido: não gosta de se expor, fala pouco, observadora, pensa antes de falar. Tem sempre o que dizer, desde que o assunto lhe interesse e o ambiente e as pessoas ganhem sua confiança. Tem suas convicções, porém possui mente aberta, muda-as quando é convencida de que está errada. Dependendo do pedido que lhe façam, sabe dizer não. É sempre verdadeira, não sabe fingir para agradar. Quando algo a desagrada, se não fala, demonstra de alguma forma. É um tanto indecisa – traço característico das pessoas tímidas – mas só quando se trata de decisões realmente importantes, pois em decisões corriqueiras (isso não inclui a escolha de uma roupa) ela não titubeia.

Poderia agora, para não fugir do jargão que diz que ninguém é perfeito, falar de seus defeitos, mas não o farei, pois defeitos só devem ser destacados quando superam as qualidades, o que não é o caso. Além do que, não será eu que irei apontar defeitos num ser que foi criado de forma tão perfeita por aquele criador.

Taciturno Calado
Enviado por Taciturno Calado em 24/04/2011
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