AO POETA DO AMOR

AMIGO!

Kahlil Gibran

E quando ele se cala, vosso coração continua a ouvir o seu coração.

Porque na amizade, todos os desejos, ideais, esperanças, nascem e são partilhados sem palavras, numa alegria silenciosa.

Quando vos separeis de vosso amigo, não vos aflijais.

Pois o que vós ameis nele pode tornar-se mais claro na sua ausência, como para o alpinista a montanha aparece mais clara, vista da planície.

E que não haja outra finalidade na amizade a não ser o amadurecimento do espírito.

Pois o amor que procura outra coisa a não ser a revelação de seu próprio mistério não é o amor, mas uma rede armada, e somente o inaproveitável é nela apanhado.

E que o melhor de vós próprio seja para o vosso amigo.

Se ele deve conhecer o fluxo de vossa maré, que conheça também o seu fluxo.

Pois, que achais seja vosso amigo para que o procureis somente fim de matar o tempo? Procurai-o sempre com horas para viver.

Pois o papel do amigo é o de encher vossa necessidade, e não vosso vazio.

E na doçura da amizade, que haja risos e o partilhar dos prazeres.

Pois no orvalho de pequenas coisas, o coração encontra sua manhã e se sente refrescado.

“O coração encontra sua manhã e se sente refrescado”

E ao cair da tarde embriaga-se de felicidade

Embebido em luz do ocaso iluminado.

E, em preces, agradecido,

Abençoado por ter amigos

Dorme! Nos braços calorosos da Amizade!

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 26/03/2011
Código do texto: T2872027