Carta para minha mãe

Mãe, aguarde só um pouquinho aí

Espere por mim.

Não me surpreenda com qualquer despedida.

Você é muito bonita!

Me separei de você por conta dos destinos que a vida têm

Chego já!.

Eu moro distante de você

Mas a estrada é boa pra percorrer

Ainda quero te abraçar, beijar seu rosto com carinho

Ver seu sorriso., sentir seu afago. Quero ouvir você dizer:

_MEU FILHO, VÊM ALMOÇAR!

Seus olhos, seu coração, sua bondade e seu jeito meigo

Ainda conserva em si um corajoso amor maternal

Que para mim: não existe outro igual

Foi com a sua vida, com seus sentimentos e dor

Que fizeram de mim, o que hoje eu sou

Um filho que sabe tudo reconhecer, lhe dar valor

Quando eu era criança, você foi meu anjo protetor

Lembro-me de uma enfermidade em meus olhos

E você recorreu à Santa Luzia. Fui curado! Amém!

Seu amparo foi completo de luz, pois nada eu sabia fazer

Sem cessar, do anoitecer, até o outro dia, na hora de comer

Foi com as suas orações, que minha alma sorriu para mim

Tantos irmãos bonitos você me deu.

Asseguro, pois, com juramento assim

Eternamente lhe agradecer

Quero aniquilar a saudade que povoa meu peito

Lagunas de lágrimas encheram meus olhos.

Com invasão de tristezas

Ao lhe ver, naquele dia, padecendo.

Quando essa tal de moléstia

Chegou assim pra você, sem “querer querendo”

Pronto mãe!

Estou aqui no portão de sua casa!

Para rever o meu primeiro lar.

Que saudades daquele velho fogão à lenha

Que existia lá na casa do sítio

Muita saudade dá, daquele frondoso pé de jatobá

Saudade dos pés de laranja e da manga rosa

Mãe, você continua vaidosa!

E meu pai, sempre firme, brincalhão!.

E bem humorado, apesar de pesares!

Vocês são meus maiores orgulhos

Mãe, você é angelical. Quanta glória!

Vida que deu luz à minha vida

Afinal, tens o nome de Maria!.

Proteção dos meus dias

Meu afeto fraternal

Mãe: Quando eu retornar ao meu próprio e distante lar

Seguirei pensando em ti para obter forças enquanto vida

Pedirei sua benção

E seu perdão, por qualquer coisa boba havida

Mãe: Aprendi que não devemos jogar fora

O nosso amor filial

Aprendi também que jamais devemos

Demorar ou ter vergonha de dizer: Eu te amo!

Adiando tudo lá pra mais tarde.

Antes que seja tarde, mãe:

Um forte abraço, demorado, seu, quero ter

Pois ao partir, não sei se serei o mesmo

Para que eu não morra, mesmo

De saudades de você!

Ceará-22/01/2011

George Lemos
Enviado por George Lemos em 09/03/2011
Reeditado em 23/06/2011
Código do texto: T2836919
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