Quase - para Regina Lyra
Dedico carinhosamente à querida poetisa Regina Lyra
Quase me desespero distante da lua,
que de mim foge a cada dia imenso,
quase abandonada me deixando nua
de devaneios, sem o que nem penso!
Quase me desfolho pelo que restaria
do grande amor perfumado e partido,
cujos perfumes ainda me são alegria
de um viver de ‘quases’ sem sentido!
Quase m’atropela o palor da nostalgia,
de sequer me imaginar sem o pássaro,
que a cada manhã em mim traz magia
e desperta cantando, enquanto eu oro!
Quase choro a falta da espada do bem,
para cortar minhas amarras calejadas,
quase enfim,motivo não tenho também
para temer as surpresas tão esperadas!
Doravante nada me matará no mundo
que me conquistou dentre tantas lutas
se vier a morte,vou brindá-la com vida
livre quase sou, sou das sacras mantas!
Quando quase pensei ser uma coitada,
vejo-me herdeira do tesouro “ mundo”,
onde a luz jovem da manhã é a espada
que corta dor e abre o rumo sem fardo!
Santos-SP-03/11/2006