in memória: Profa. Zinha.
Quem tem asas pra voar que voe! Eu no meu voo finito vou e volto ao passado sempre que a saudade cutuca o peito, trazendo a tona nomes e momentos, que fazem parte de minha história. Certamente a grande facilidade que tenho de ser escritor, ou achar que sou.
É caminhando pelo caminho, rumo ao passado, que descobrir o momento exata de alguns erros fatais que cometemos contra nós. Daí, para alguns, a oportunidade, se a tempo, de reparar, mesmo que as consequencias ainda não tenho cicatrizado n´alma as feridas; porém não deixa de ser uma opornidade futuro, de melhores dias.
Correntina é um arquivo vivo de memorias; é a fonte de nostalgias de quem soube vive-la e que para muitos, não são fardos pesados pela vida afora. Como é bom reviver a felicidade, ir a nossa casa,; ao nosso tempo de menino, adolescente ou rapazinhos e moças... Ao mesmo tempo em que tudo parece estar lá atrás do mundo, podemos, quando queremos, vencer a distancia num segundo e chegar lá com a velocidade de um raio e nun cantinho, como solitário, ficar por tempo, muito tempo, revivendo o outrora. Pessoas, lugares, fatos, amores, brancadeiras... Está evidente que sou um nostalgico e não um masoquista, pois jamais sofre que sabe guardar os bons momentos da vida e aos maus, perdoar sujeitos e predicados, para nos sentirmos leves de espirito.
Tenho a convicção de que não é um tempo perdido, expor minhas memórias, pois de certa forma, sei que um dia elas poderão servir de parâmetro ou mesmo um farol, iluminando o caminhos dos que vagam perdidos no limpo do passado, sem achar seu próprio presente, onde muitos por certo si perguntam: - Quem sou e o que faço na vida? .
Doe em minha alma vê que o passado. a cada doa. se faz mais distante de nós; não apenas no tempo que passou e passa, mas também em nosso intimo. Pode alguém ter suas razões óvias, porém o que não é óbvio é esquecermos nossas origens, pois é como esquecer de si mesmo.
Ah!! como eu queria ter esta visão e interesse por nossa história, no inicio da década de 70, certamente eu me veria como aquele pavão misterioso, passaro formoso pelas razões descritas no verso, pelo autor:
Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar...
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha pra contar
Pavão misterioso
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda
Quero olhar
E graças a Deus, olho por 70 anos, quase completos, olho a transformação dos tempos, o avanço da tecnologia e a decadencia da criatura, que se perde diante de tanta evolução, por mal saber utilizar tanta informação, instantanea que lhe chega aos olhos, ouvidos, mãos.
Não escevo apenas do que ouvi falar, mas também por questionar os por quês de tantas coisas, embora não tenha respostas de muitas coisas, por não ter buscado a tempo de achar essas respostas, quando vivos conheci o meu avô Mj. Felix Joaquim de Araújo, o meu Tio Dr. Lauro Joaquim de . Araújo, João Diamantino, Os irmãos França, Elias, Oswaldo, Joaquim e Ubaldo, a mulher do século, Valderina Coimbra Costa, a familia Rocha e Ferreira até mesmo gente simples como João Batatinha ... enfim, nem tudo ficou perdido, pois a cada dia, como uma formiguinha que abastece sua dispensa, vou eu escrevendo uma página de cada vez.
As vezes uma simples casa antiga, um monumento, ativa a memória, mas em Correntina até esses monumentos estão sendo apagados de nossa estrada e aí, como ativar a memória se não mais existe o cenário fisico que perpetua os fatos? Quantos já não se esqueceram dos teatros de Iozinho! da bravura de nossos heróis e suas lutas pela nossa independência e daqueles profissionais que deixaram os grandes centro e vieram padecer com nosso povo! Eles que não se deram apenas pela necessidade da sobrevivência financeira, mas viveram o amor e espírito humanitário que havia nas profissões.
Um a um esses heróis estão partindo, estão indo embora, sem que ninguém se preocupe saber do que sabem sobre nós mesmos. Eles partem deixando apenas um vestígio do que foram, atrás de um tumulo, debaixo de uma cruz onde se lê duas datas referências, para aqueles que em ocasiões eventuais, visitam o cemitério, carregando outro que ali, por certo ficará esquecido, debaixo do mesmo simbolismo da cruz. Datas não dizem nada, expressam apenas um começo e um fim, mas de que começo e fim falam?
A vida não acaba quando um homem morre; para muitos ser[a um novo começo, quando sua obra, seus atos, sua história, tornam-se conhecidos ou reconhecidos; mas em Correntina esta ordem está deturpada. O pior momento para um homem não é morrer para vida, mas sim ser esquecido para a história.
Correntina perde Maria da Cruz Rocha, Professora Zinha. a mulher responsavel pela varias gerações em Correntina e Santa Maria da Vitória, sua terra natal. Desde 1932, quando se formou professora pela Escola Salesiana Dom Bosco, de Petrolina PE, pasmem, aos 13 anos de idade.
Era o tempo em que se viajava no lombo de cavalos e tropas de mulas, para levar o conhecimento as comunidades mais distantes dos pequenos centros. Correntina e Santa Maria eram pequenas vilas. Foram homens e mulheres como Dr Lauro Joaquim de Araújo, Mons. André Berénós, Mj Felix Joaquim de Araújo, Elias de França Barbosa, João Diamantino, Ir. Zélia Brandão, Júlia Guerra, Pr. Ceres Crisóstomo, Valderina Coimbra Costa, Raimundo Martins da Costa, Pedro Alexandrino Moreira Guerra e tantos e tantas que escreveram o começo de tantas histórias... .
Valderina Coimbra Costa - VIVI João Diamantino de Oliveira
A tristeza na voz embargada de minha mãe, ao anunciar a morte de sua comadre e amiga, fez conhecer a dimensão desta irreparável perda. Sua amiga, protetora, que ela costumava dizer que era uma segunda mãe; morava ali vizinha a nossa casa, sempre solicita, sempre presente na orientação e auxilio na educação dos seus seis filhos; foi com tristeza profunda que percebi que o fim não está no fato da perda de alguém que amamos, mas sim no fato deixar que apague seu brilho, sua história ou se perca a gratidão, pelo que fez em vida.
Mas como é que uma santamariense foi parar em Correntina, e optar por aqui viver por toda vida...! Eu conto.
Correntina era um centro cultural, na região do além são francisco, o teatro e as festas religiosas e folcloricas eram a atração que atraía centenas visitantes e foi numa desses eventos, uma peça de teatro extreada pela equipe que antecedeu o grupo teatral de Iozinho costa, então a saber, Pedro Guerra, Helvécio, Profírio, quando em cene o ator Helvecio Rocha, rompe o cenário em chamas para salvar uma donzela prioneira do fogo. A plateia com o coração nas mãos, angustiada, ao vê o ator Helvécio retirar a donzela em segurança, do fogo, aplaude... aplaude... e no silencio após o aplauso, uma jovem da plateia grita emocionada:
- Este homem é um heroi e vai ser o meu marido.
As atenções do publico, que aguardava o proximo ato se volta para jovem, com risos de admiração, vendo a emoção incontida da jovem Maria Rocha... Ela tinha vindo de Santa Maria da Vitória para assir a peça teatral e certamente fazer algumas visitas a parentes ou conhecidos.
Ao fim da peça teatral, a jovem foi até o interior dos bastidores conhecer pessoalmente o ator, Helvécio Rocha, pelo que nao teve nenhum acanamento em dizer de sua admiração e de suas pretençoes.
Maria da Cruz era filha de uma influente autoridade em Santa Maria da Vitória,
Quem era Maria da Cruz. Descanse em paz Dona Zinha! Concluo minha lamentação e meu choro por sua ausência com o comentário do amigo e contemporâneo Joãozinho de Dona Rosa, de Santa Maria da Vitória, que assim comentou no texto biográfico publicado neste site:
“Há um belo rio que passa
regando as veredas da vida,
fazendo germinar semente, vidas
pequenos jardins e grandes plantaçoes
Há um rio que passa
lorescendo na memória, fatos
Fisicamente ela se foi; mas as pessoas só morrem quando nós a jogamos no olvidamento da nossa memória e ela com certeza já está imortalizada pelas suas obras, pela sua descendência pela sua biografia de vida e pelos inúmeros afilhados e amigos amealhados ao longo da sua vida.É chegada a hora em que pessoas queridas partem; algumas no tempo certo e outras prematuramente mas sempre será a hora certa! Algumas jamais deveriam partir para a eternidade, como a Dona Zinha, que os correntinenses amaram, amam e amarão sempre.
Caro Flamarion, biógrafo do meu cerrado, já está ficando sem graça dar parabéns para você, pelo o que você escreve, para o que você é, foi e sempre será na nossa memória. Acho que, quando você chegou de presente para Raimundo Martins da Costa e dona Laurinda, Deus disse: O filho é de você mas ele será patrimônio da Cidade de Correntina com a obrigação de exarar todos os fatos importantes e a vida das pessoas mais importantes ou não, pois para ele todos serão importantes em suas lembranças e narrativas.
Parabéns poeta. Abraços aos familiares de afinal de contas conheço muitos deles e os amo com todo o carinho.A vida é como um rio que passa e deixa o solo fertilizado e dona Zizinha é como um rio que passou e fertilizou as terras da juventude de muitos correntinenses.Dona Zinha,Maria da Cruz Rocha ,minha conterrânea de Santa Maria da Vitória,a Senhora ficará para todo o sempre no nosso cantinho da saudade.Que Deus a receba em sua eternidade, e como disse o Ítalo, em breve estaremos juntos na eternidade."
Obrigado amigo, pelo reconhecimento, eu apenas cumpro, com certas limitações, o papel a que você bem definiu !
Que pena Correntina! Que pena Santa Maria da Vitória,! Que pena Brasil, que a cada partida de um desses amados personagens, fiquemos mais pobres, mais órfãos, perdidos no limbo de nossas almas puras, perdidas em nosso próprio EU.
RESUMO BIOGRÁFICO:
http://www.recantodasletras.com.br/biografias/1648170